quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Perigo é não arriscar!

Rir é correr risco de parecer tolo.
Chorar é correr o risco de parecer sentimental.Estender a mão é correr o risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e ideias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas.
Amar é correr o risco de não ser correspondido.
Viver é correr o risco de morrer.
Confiar é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada.
Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.
Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada,
não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.
Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.Somente a pessoa que corre riscos é livre!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

"EU TE AMO" NÃO DIZ TUDO! por Arnaldo Jabor


O cara diz que te ama, então tá! Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas.

Mas ouvir que é amado é uma coisa,sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras, precisa de lealdade, sinceridade, fidelidade...

Sentir-se amado, é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade,que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso.

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou há dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão....

Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.

Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.

Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.

Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!
" Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso "

Pontes ou Cercas



Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado.
Mas agora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido,
finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.
Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.
"Estou procurando trabalho. Sou carpinteiro. Talvez você tenha algum serviço para mim."
"Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta."
"Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos."
O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade.
O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro.
Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:
"Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei."
Mas as surpresas não pararam ai. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio.
O irmão mais novo então falou:
"Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse."
De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte.
O carpinteiro que fez o trabalho, começou a fechar a sua caixa de ferramentas.
"Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você."
E o carpinteiro respondeu:
"Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir..."

Já pensou como as coisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e muros e passássemos a construir pontes com nossos familiares, amigos, colegas do trabalho e principalmente nossos inimigos...

Muitas vezes desistimos de quem amamos por causa de magoas e mal entendidos.


Vamos deixar isso de lado, ninguém é perfeito, mas alguém tem que dar o primeiro passo.

Construa pontes ao seu redor!
"O manejar da vela não consiste em que se deixe o barco, simplesmente, ser impulsionado pelo vento; a arte do marinheiro que tripula o barco veleiro consiste, pelo contrário, em saber utilizar a força do vento fazendo que oriente o barco em uma determinada direção, em saber inclusive, muitas vezes, navegar contra o vento"

Viktor Emil Frankl

Como as ostras





Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.

Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior das ostras, como um parasita ou um grão de areia.

Na parte interna da concha é encontrada uma substância chamada nácar.

Quando o grão de areia penetra as células do nácar, estas começam a trabalhar e a cobrir o grão com camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado,

uma linda pérola vai se formando ali no seu interior.

Uma ostra que nunca foi ferida nunca vai produzir pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém? Já foi acusado de ter dito coisas que não disse? Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas?

Já sentiu duros golpes de preconceito? Já recebeu o troco da indiferença?

Então, produziu uma pérola.

Cubra suas mágoas com várias camadas de amor.

Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam por esse tipo de sentimento.

A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando as feridas abertas, alimentando-as com sentimentos pequenos, não permitindo que cicatrizem.

Assim, na prática, o que vemos são muitas ‘ostras vazias’, não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.
Fabrique pérolas você também!

Metáfora: A Pedra no Caminho


Conta-se a lenda de um rei que viveu num país além-mar há muitos anos. Ele era muito sábio e não poupava esforços para ensinar bons hábitos a seu povo. Freqüentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso.
- Nada de bom pode vir a uma nação – dizia ele – cujo povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os problemas por conta própria.
Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que acontecia.
Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que ele levava para moagem na usina.
- Quem já viu tamanho descuido? – disse ele contrariadamente, enquanto desviava sua parelha e contornava a pedra. – Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada? – E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra.
Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela estrada. A longa pluma do seu quepe ondulava na brisa, e uma espada reluzente pendia à sua cintura. Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na guerra.
O soldado não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento. Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam largado uma pedra imensa na estrada. Então, ele também se afastou, sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra.
Assim correu o dia. Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra colocada na estrada, mas ninguém a tocava.
Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá passou. Era muito trabalhadora, e estava cansada, pois desde cedo andava ocupada no moinho.
Mas disse a si mesma: “Já está quase escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra à noite e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho.”
E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra.
Ergueu a caixa. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: “Esta caixa pertence a quem retirar a pedra.”
Ela abriu a caixa e descobriu que estava cheia de ouro.
A filha do moleiro foi para casa com o coração feliz. Quando o fazendeiro e o soldado e todos os outros ouviram o que havia ocorrido, juntaram-se em torna do local na estrada onde a pedra estava. Revolveram o pó da estrada com os pés, na esperança de encontrar um pedaço de ouro.
- Meus amigos – disse o rei – , com freqüência encontramos obstáculos e fardos no caminho.


Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles se assim preferirmos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam. A decepção é normalmente o preço da preguiça.


Então o sábio rei montou em seu cavalo e com um delicado boa-noite retirou-se.

Do livro: O Livro das Virtudes II – O Compasso Moral

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O SENHOR TE ABENÇOE

O SENHOR te abençoe e te guarde; O SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. (Números 6:24-26)


A mensagem de Deus proferida por Moisés ao povo de Israel e 
registrada no livro de Números é também endereçada a nós hoje.
 É uma poderosa palavra de bênção. Nela contém a força da 
promessa de um Deus vivo e fiel. E aquele que está sob a 
Sua proteção não precisa temer o mal. Se Deus nos guarda 
e nos abençoa, quem poderá se interpor a nós? Aqueles que 
creem na palavra de Deus e vivem segundo os Seus estatutos 
não precisam temer as adversidades momentâneas. Quando 
elas surgem, Deus está à frente e nos livra, da mesma 
forma como fez com Davi, com Daniel, com Sadraque,
 Mezaque e Abnego e tantos outros homens, cujas
 histórias estão registradas na Bíblia e em livros 
seculares. Mas, assim como é certo que Deus nos livra, 
também é certo que precisamos aprender a olhar para os 
livramentos de Deus e agradecê-lo pelo Seu cuidado. 
Muitas vezes, só vemos a bênção de Deus e o Seu 
cuidado depois que passou. No momento da luta 
nossos olhos ficam embaçados e não conseguimos 
ver além do problema. Mas a Bíblia deixa bem 
claro que Deus dá ordens aos seus anjos para 
nos guardarem em todos os nossos caminhos. 
Isso significa que Deus não vacila e não 
descuida. E mesmo quando pensamos que algo 
está errado, Ele está à frente e desvia o mal, 
ou usa o mal que nos ronda para convertê-lo em bem.
 Não sabemos, mas Deus sabe, afinal, conforme 
nos diz o sábio em Provérbios 14:12 "há um caminho 
que ao homem parece direito, mas o fim dele são 
os caminhos da morte." Por isso, quando algo der 
errado, pergunte a Deus o porquê, pois pode ser 
que Ele esteja promovendo um grande livramento.
 Se você segue a palavra, se espera Nele, se age 
conforme Ele e por meio de Seus profetas, tem se 
orientado, então, não há porque temer. Mas, 
se você tem feito as coisas segundo o seu 
entendimento, tem se desviado da palavra e a
 tem distorcido conforme seu interesse, pode
 ser que as bênçãos não cheguem porque satanás 
esteja barrando a sua bênção. Nesse caso, ainda
 é tempo de se redimir e mudar de direção! Lembre-se
 de voltar ao lugar de partida e começar de novo, 
sabendo que, se estiver no lugar certo, fazendo as
 coisas certas, o Senhor dos Exércitos vai à sua 
frente. Os livramentos de Deus acontecem não só 
em grandes situações, mas também em situações 
simples e corriqueiras que passam despercebidas.


A nossa confiança deve estar totalmente dependente de Deus,
 pois se Ele é nossa força, nosso escudo, nossa salvação, e a quem 
temeremos?

domingo, 21 de setembro de 2014

É proibido sofrer!



"É proibido sofrer!" Esta é a mensagem que vemos sendo anunciada em quase todos os lugares. Talvez nem sempre dita assim tão explícita, mas percebemos suas variações quando também se diz: "pare de sofrer!", "tenha uma vida vitoriosa!", "Você nasceu para ser cabeça e não cauda!", "decrete e profetize sua vitória!", "tome posse pela fé!" e tantas outras ordens e palavras que, na cabeça de muita gente, vira uma espécie de anestésico contra as dores que os problemas da vida provocam na gente.

A sociedade atual se esconde do sofrimento e o nega porque ele desmascara nossas fragilidades. A questão é que a ferida continua aberta, a infecção vai se alastrando cada vez mais, a doença emocional vai se enraizando, vai matando lentamente, mas seus efeitos são maquiados pela não sensação de dor. Se esquecem que o próprio sofrimento pode ser uma bênção, pois ele nos avisa sobre a necessidade de que algo deve ser feito.

Embora haja fundamento bíblico para nos dizermos mais do que vencedores por meio de Jesus, esta palavra "vencedores" não segue o modelo e o padrão moderno de entendimento do que seja vencedor segundo a ganância dos homens. O perfil do vencedor moderno é aquele que até pode passar por alguma dificuldade, mas consegue tudo o que quer. Sempre vence as dificuldades virando o jogo com palavras mágicas. Nunca demonstra em público suas fraquezas. Este é o vencedor das externalidades, da futileza, do terno Armani, da bolsa Louis Vuitton, do carro de luxo, de ter dinheiro, poder e influência sobre a vida das pessoas. É o que se faz vencedor pela força bruta, é o indestrutível. Infelizmente, este tipo de vencedor é anunciado adoecida e insistentemente em muitos púlpitos. Quem não se enquadra nesse padrão é rapidamente chamado de "sem fé", amaldiçoado, fraco ou derrotado.

Já, o Vencedor, segundo o Evangelho, é aquele que também sofre, também passa por algum tipo de privação, pode até vencer de alguma forma material, mas sabe discernir entre o momento de rir e o de chorar. Aprende a viver cada um destes momentos reconhecendo que há um Deus que não somente assiste, mas participa com a gente, ao nosso lado, de cada riso ou lágrima e usa essas coisas também como ensino e crescimento para cada um de nós.

Perder ou ganhar, ser fraco ou forte, no entendimento bíblico, não depende do troféu humano, das honrarias, homenagens, recompensas e reconhecimentos que se recebe em vida.

Vencer não tem a ver necessariamente com possuir bens ou ser curado de uma doença terminal. Estas coisas também, mas elas não tratam da essência. Estão na superfície de uma vida muito mais profunda, muito além de ter ou não os seus sonhos e pedidos realizados.

Aqueles que vencem ou venceram, nas Escrituras, perderam o mundo para ganhar a Vida. Alguns foram perseguidos, torturados, mortos, tiveram seus bens espoliados, famílias separadas. A maioria não foi nenhum exemplo de sucesso de empreendedorismo, de força de vontade ou estabilidade emocional. Passaram fome, fugiram, tiveram medo, alguns desistiram ou abandonaram seus projetos e chamados missionários, antes do tempo. Tiveram crises existenciais, ficaram deprimidos, se sentiram enfraquecidos, desejaram morrer mas foram salvos e reencaminhados não por suas próprias forças, mas pela Graça infinita, teimosa e amorosa de Deus. O verdadeiro vencedor é aquele que vence não por ele mesmo, mas vencido, vence em Deus.

O vencedor, segundo as Escrituras, sabe que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, mas nem por isso deixa de se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Vive cada sentimento de forma verdadeira, sem máscaras e consciente.

Nesta vida ainda vamos perder e achar muitas coisas, muitas vezes. Alguns sonhos pessoais jamais serão alcançados, outros virão como que presentes de Deus para nossas mãos. Não se permita ser julgado pelos outros ou pela própria consciência por causa do que você ganha ou deixa de ganhar. O importante é, como diria nosso irmão Paulo, o apóstolo: "quer vivamos ou morramos, somos do Senhor." (Romanos 14.8). Em outras palavras, desta vez, ditas por Jó "o Senhor deu, o Senhor tirou, bendito seja o seu nome." (Jo 1.21).

O sofrimento em si não nos torna derrotados. Podemos, sim, aprender e sermos aperfeiçoados por causa dele. O rótulo é sempre algo imposto de fora pra dentro. Nem sempre expressa uma realidade. Não se auto impute um desmerecimento ou supervalorização falsos. O verdadeiro vencedor aprende a dar nomes às suas responsabilidades, projeta sua esperança não nas coisas que se veem, mas naquelas que são eternas. Assume seus erros, mas também consegue se alegrar com cada pequenino passo em direção à Vida. Sabe perdoar e também pedir perdão. O sofrimento dói, mas nos amadurece, nos ensina a reconhecer o que de fato podemos chamar de vitória.


O Deus que venceu por todos te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!


Leia outras mensagens de Pablo Massolar
no blog Ovelha Magra (ovelhamagra.com)


domingo, 7 de setembro de 2014

ENTRE O PICADEIRO E O ALTAR - Pregadores que tratam a igreja como circo

"Respeitável Público: Com vocês... ooo PREGADOOOORR!!"


É quase isto! Anuncia-se o pregador e então aparece atrás do púlpito alguém vestido num terno colorido, sapatos multicores, gravata linguiça ou gravata multicores com pedrarias a gosto, calças apertadas (cores a gosto - vermelho, verde, azul, roxo, preto, branco, amarelo), e outros adereços esquisitos. Outro dia, um deles apareceu com gravata, lenço e echarpe amarelos... Nitidamente estava preparado para um desfile na passarela, mas jamais para o púlpito! Um amado amigo meu, pregador renomado, disse há pouco tempo enquanto ministrava: "boa parte dos pregadores de hoje não está vestindo-se para vir ao culto apresentar-se a DEUS, mas para as mulheres que frequentam os cultos!" Logo pensei: "bem, a maioria deles ou entende bem pouco ou nada de ética, ou bem pouco ou nada de mulheres". Que DEUS perdoe-me o divertimento imaginário neste aspecto, mas, seria cômico se não fosse trágico! Deve o pregador vestir-se sobriamente, como é digno do púlpito. Não entendam-me mal, por favor, mas tenho inquietante irritação quando vejo coisas assim, e olhem que não tenho visto poucas. Já são vários anos viajando e ministrando em todo tipo de eventos por esse país e tenho sentido-me muitas vezes constrangido com algumas aberrações e situações ridículas com as quais deparo-me!

Tem mais: além do visual chocante, hilário ou deprimente, alguns também pecam gravemente na comunicação. Na débil tentativa de impressionar o público com uma linguagem mais rebuscada ou erudita, alguns lançam mão de termos desconhecidos, palavras não coloquiais e expressões esquisitas. Impostam suas vozes profundamente numa terrível manobra para chamarem atenção do público. Por outro lado, há os que exibem péssimo português. Outros, cumprimentam os obreiros ao chegarem no ambiente, com uma falsa e exibicionista reverência, inclinando-se à frente quase como o fazem os japoneses em sua característica cultura. Perdoem-me, mas não resisti. Senti-me impulsionado a escrever sobre isto. Gostaria mesmo que os companheiros e irmãos pregadores compreendessem isto de forma educativa, instrutiva, conselheira, como uma crítica positiva. Penso que o posso fazer como pastor e pregador do evangelho, embora consciente de minha pequenez, de minhas limitações e de minha disposição em SERVIR ao SENHOR.

Outra coisa estranha são as acrobacias ensaiadas por alguns que movimentam-se desenfreadamente, agitam os braços freneticamente, gritam excessivamente o tempo todo, saem correndo no meio da igreja e coisas do tipo. Conheço alguns que ocupam o tempo no altar contando anedotas e fazendo o povo rir, em alguns casos, inclusive, com linguajares e histórias que não caem bem no ambiente espiritual e especialmente no púlpito da Casa de DEUS! Não que o bom humor não seja bem-vindo, e gosto de ouvir pregadores alegres, mas faça-se tudo com ordem e decência. Igreja não é circo, altar não é picadeiro e pregador não é palhaço; com todo respeito aos profissionais do ramo! Fico realmente estarrecido com estes comportamentos e creio que boa parte dos meus caros leitores sinta o mesmo! Claro que há aqueles pregadores que ocupam o outro extremo: postam-se rigidamente atrás do púlpito, não movem-se um centímetro sequer e discursam como se estivessem engessados, numa falsa ética e numa postura forçada, que foge ao natural e claramente o público percebe que aquela não é a real personalidade do pregador. Penso que o pregador deve agir naturalmente, óbvio que com aquela reverência necessária e característica ao púlpito, ao altar, à igreja, mas nunca mecânica ou roboticamente. Nem tampouco sem saudáveis limites que são inerentes ao bom senso.

Definitivamente, precisamos rever os conceitos. Especialmente os novos pregadores devem cuidar-se para não caírem nesses modismos e nessas esquisitices do nosso tempo. A igreja é lugar santo, o púlpito é sagrado e o altar dispensa comentários! Mais espiritualidade e menos espetáculos, mais GRAÇA e menos gracejos, mais unção e menos frases e gestos de efeitos forjados. O povo precisa ouvir a mensagem genuína do evangelho, ministrada por pregadores autênticos e comprometidos única e exclusivamente em fazer aparecer JESUS ao invés deles! O centro da mensagem é sempre CRISTO e nunca o pregador; a personalidade do culto é o SALVADOR e não o mensageiro e a pregação é um grito revelador em direção aos pecadores e não um espetáculo para promover o pregador. A igreja é uma comunidade de salvos adoradores, e não um circo de expectadores desejosos de espetáculos centrados no homem! Definitivamente, não confundamos ALTAR com PICADEIRO!

Pr. Jesiel Freitas
Ministério Palavra no Altar

domingo, 31 de agosto de 2014

Sorvete de boldo, carqueja e fel ou de chocolate com leite condensado?

Por Silmar Coelho

Temos um problema grave: desejamos aquilo que nos dá prazer imediato. Pensamos que sabemos o que é bom para nós, mas, na maioria absoluta das vezes, não sabemos o que é verdadeiramente bom para nós. Pior ainda, Não gostamos do que é realmente bom. 

Existe um sorvete espiritual com gosto de boldo, carqueja e fel, que é verdadeiramente bom para nós. Essa mistura tem todas as vitaminas que nos fortalecerá para nos transformar em vencedores.

Todavia, preferimos um sorvete barato que seja bem doce e só nos faça ficar gordos, cheios de cárie e diabéticos. Até afirmamos que queremos o sorvete espiritual amargo, o problema é que nunca nos dispomos a comê-lo.

Por que agimos assim? Porque fomos criados para a felicidade, para desfrutar daquilo que nos dá maior prazer possível o mais rapidamente possível.

Temos a nossa própria ideia do que nos dá maior prazer, por isso vivemos à procura desse sonhado prazer que nos fará plenamente felizes. Não entendemos que esse enorme e inextinguível prazer não nos vem pela coisas fáceis. Coisas fáceis produzem prazer, mas não vencedores!

O prazer que não acaba só é possível, de fato, por meio de um relacionamento íntimo com Deus. Que o Senhor nos ajude em nossa escolha!

Fonte: Renovação da fé, ano 15, nº 60, páginas 30 e 31, julho a setembro de 2014 (Igreja Metodista Renovada).

sábado, 21 de junho de 2014

O PERDÃO

O perdão é um princípio fundamental para a vida cristã; uma das coisas que mantém muitos em cativeiro hoje é a falta de perdão. Falar de perdão é falar de experiência individual. Não dá para falar de Perdão sem se lembrar de experiências vividas no passado. 

Lembro de minha infância amarga e triste em que vivi com minha família em uma favela em Duque de Caxias – RJ. 

Como se fosse hoje, recordo com muita emoção em meu coração, meus pais separados e o choro a cada noite de minha mãe com três filhos para criar. Foram momentos únicos que não se apagam da memória de uma hora para outra, ou por ter se convertido ao evangelho do amor. 

A maioria está muito bem com o princípio do perdão, mas nunca realmente executam o seu pleno significado em sua vida, a falta de perdão é uma escravidão destrutiva, causando contendas, divisão, opressão, doenças diversas e divórcios.

Isso tudo vi se revelar em minha mãe, uma mulher forte, porém sem proteção de um “homem” (seu marido) para vencer as dificuldades que estava sendo proposta, afinal ter três filhos para criar não era uma tarefa tão fácil..., de dia, gritava, lutava, conquistava de noite amargurada de coração chorava e praguejava um homem que idealizou como seu príncipe, meu pai! Triste depois de algum tempo, depois de “você não ter culpa em estar no mundo” e sofrer com espancamentos e fomes sem ter um colo para te aquecer ...ter que catar comida, e vender balas no transito, para poder comer, condenada a viver a mesma história que muitos viviam e vivem..., abandono .. sim essa é a palavra! Mas essa se repetirá enquanto não recebemos ajuda divina ou até de outras pessoas, necessário do ponto de vista dos outros a fim de verdadeiramente compreender a nós mesmos. Podemos então optar por uma vida nova e diferente, quando olhamos para isto tudo, e lembramos que ainda há esperança... sim esperança essa que se concretizou quando ele voltou, sim meu pai o príncipe de minha mãe voltou..., foi oração não sei não lembro, mas sei de uma coisa, o Deus que eu desconhecia estava lá comigo a cada choro e a cada sofrimento que tive que viver. Agora você que está lendo pode me perguntar: o que isso que foi relatado tem haver com perdão? Triste né? Vou te falar...meu coração se fechou...não via meu pai mais como o super-herói que tinha idealizado, quando ele chegava com doces para eu repartir com meus irmãos, só me lembrava que na ausência dele passei fome, tive que ver minha mãe descontar nas minhas costas toda a raiva que ela tinha dele...e por causa da falta de proteção dele, meu pai, meu protetor terreno, que sofri violências...violências que carrego as marcas pelo meu corpo até o dia de hoje. Mas uma coisa aprendi, que quem não aprende com passado vive preso a ele. 

Jesus sabia que as pessoas jamais poderiam entender completamente a vida, assim era eu... usando apenas o intelecto ou definindo meu momento. Ele não disse “vou ensinar a vocês o que é verdade” Ele apenas disse: "Eu sou a verdade” Ele sabia muito bem que a mais elevada forma de conhecimento decorre de relacionamentos em que existe e exige confiança mútua, e não de grandes quantidades de informações, e a informação que tinha naquele momento era que eu estava abandonada juntamente com minha mãe e irmãos, mas depois de alguns anos entendi um princípio espiritual: "A verdade mais profunda é aprendida através de nossos relacionamentos". Meu relacionamento com Deus foi a fonte de limpou meu coração, Ele me ensinou o que é: "misericórdia quero e não sacrifícios..." lição de que não devemos determinar nossos próprios passos, mas sim, nos deixar levar pelo ritmo do Senhor – devemos nos determinar pela sua maneira de andar. O andar de Deus se cumpre num caminho bem definido. Jesus seguiu por esse caminho de sofrimentos, isso tudo foi por mim, foi por você, difícil entender esse PERDÃO que não tem explicação ou conceito, Fomos perdoados de uma dívida que nunca poderíamos pagar, qualquer dívida para nós é minúscula em comparação ao que recebemos, fomos regenerados, justificados, santificados por Ele! Me sinto resgata para uma nova vida, nova história, novas emoções. Essa vida com Deus nunca será construída em um dia. Ela começa com a consulta habitual com o Pai, hora após hora, como fez Moisés no Egito. Mas progride para períodos maiores e mais freqüentes de comunhão, encontrando consumação e satisfação em dias e noites de intercessão, e espera, e relacionamento santo. Tenho construído relacionamento profundos com meu pai, pois o mesmo hoje é acometido de doenças... castigo de Deus? Não sei...e nem desejo saber! Mas de uma coisa sei muito bem, como eu amo o meu pai, que Deus me deu, quando pude dizer essa frase e materializar ela no meu interior vi diante de mim, o verdadeiro significado do perdão, levou me a entender que o conhecimento da verdade nos leva a um amor não fingido. Glória a Deus nas alturas, pois hoje posso dizer, sinto o o efeito do perdão dado a mais de dois mil anos atrás e vivo o perdão de perto em meus relacionamentos.

Seguindo...

"Esquecendo-me das coisas que para trás ficam avanço para que estão diante de mim...." Fp 3.13

Mais o que é perdão?

Definição de Perdão: Conceder indulto gratuito ou remissão de qualquer ofensa ou dívida; desistir de toda reivindicação. A palavra grega traduzida como “perdoar” significa literalmente cancelar ou remir. Significa a liberação ou cancelamento de uma obrigação.

Depois de passados alguns anos aprendemos que o perdão é uma ordem não uma sugestão dada numa reunião com irmãos. Mateus 6:14-15, é fato depois que o Senhor ensinou Seus discípulos a orar. O perdão é um ato volitivo. Não um sentimento, mas uma decisão. É contínuo (passado, presente e futuro). É do espírito – e não a carne, não a alma. - Você deve ser capaz de ver o seu agressor como um espírito vivo, não um inimigo, não como um desafio no caminho da vida, não como um obstáculo no seu caminho para o paraíso. A conciliação é sempre a resposta. Não podemos permitir quaisquer áreas de falta de perdão em nossa vida. Devemos manter nossa consciência limpa e manter-nos em comunhão. A falta de perdão é um pecado que bloqueia a prosperidade, nos deixa amargos e os nossos corações endurecidos.

“Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” Hebreus 12:15

Conclusão: O perdão é a chave para liberdade.

"Porque te esquecerás do cansaço, e lembrar-te-ás dele como das águas que já passaram." Jó 11:16

Juliane Leandro - Colaboradora
Formada em Teologia
Professora, pregadora e palestrante
Congrega na Assembleia de Deus

Bairro Amazonas - Campo Grande-RJ

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O pecado da simonia Uma versão protestante

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Simonia – a palavra pode ser nova para muitos leitores, mas a prática é bastante antiga no âmbito do cristianismo. Na Idade Média, surgiu uma série de distorções na vida do clero e na administração eclesiástica. Três erros se destacaram por serem considerados especialmente danosos. O primeiro foi o “nicolaísmo”, termo derivado incorretamente de Apocalipse 2.15, o fato de que muitos clérigos viviam em concubinato, violando assim os seus votos solenes de castidade e celibato. A segunda prática condenada foram as chamadas “investiduras leigas”, isto é, a interferência de governantes civis (reis e imperadores) na nomeação e posse de altos líderes eclesiásticos, como abades e bispos. O terceiro mal na vida da igreja, esse certamente deletério sob todos os pontos de vista, foi a “simonia”.
Esse comportamento derivou o seu nome de Simão, o mágico, um personagem bíblico que tentou comprar dos apóstolos Pedro e João o poder de conceder o Espírito Santo àqueles sobre os quais ele impusesse as mãos (At 8.18-24). Assim, a simonia veio a se referir à concessão ou obtenção de qualquer coisa espiritual ou sagrada mediante remuneração, fosse ela monetária ou de outra espécie. Em outras palavras, era a compra e venda de coisas religiosas. Cometia esse pecado quem oferecia e quem recebia pagamento em troca de um bem espiritual ou eclesiástico. Na Idade Média, referia-se principalmente ao comércio de cargos da igreja. Um papa que se notabilizou por sua luta incessante contra esses males foi Hildebrando, ou Gregório VII (1073–1085), que adotou como lema de seu pontificado as contundentes palavras de Jeremias 48.10: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!”.
Curiosamente, em certo sentido a Reforma Protestante surgiu como consequência de dois casos de simonia. Um deles foi a compra do arcebispado de Mainz, ou Mogúncia, na Alemanha, pela poderosa família Hohenzollern, mediante uma negociação questionável com o papa Leão X envolvendo altas somas de dinheiro. O segundo caso ocorreu quando o novo arcebispo (e futuro cardeal) Alberto de Brandenburgo promoveu uma venda especial de indulgências, cujos rendimentos foram utilizados em parte para saldar a dívida da compra do arcebispado, sendo a outra parte entregue ao papa para financiar a construção da catedral de São Pedro, em Roma. A reação de Martinho Lutero contra esse comércio do perdão, mediante suas Noventa e Cinco Teses, foi o estopim da Reforma.
Durante séculos, o ministério protestante foi caracterizado por elevados padrões éticos, especialmente na sensível área das finanças. Seguindo o exemplo de Cristo e seus apóstolos (At 20.33s; 2Co 11.7), a maior parte dos pastores e líderes procuravam realizar o seu trabalho como uma expressão de serviço desinteressado a Deus e às pessoas, isento de ambições materiais. Mesmo indivíduos de grande projeção, como avivalistas e evangelistas de massa (Wesley, Whitefield, Spurgeon, Billy Graham e outros), jamais usaram de seu grande carisma e influência para auferir vantagens pecuniárias e aumentar o seu patrimônio. Tal comportamento sóbrio e consciencioso ocorreu em todos os ramos do protestantismo, tanto os tradicionais ou históricos como, mais tarde, os pentecostais clássicos.
Esse honroso legado sofreu um abalo lamentável e constrangedor no Brasil, a partir da década de 1970, com o surgimento do chamado neopentecostalismo. Firmados numa teologia duvidosa, resultante de uma interpretação tendenciosa e altamente seletiva das Escrituras, os principais líderes desse movimento vêm demonstrando uma atitude em relação ao dinheiro que em nada difere do velho pecado da simonia. Servindo-se do poderoso veículo da televisão e manipulando com habilidade as carências e ambições de uma considerável parcela da população, esses pregadores têm transformado o evangelho e suas bênçãos em mercadoria e fonte de lucro (2Co 2.17; 1Tm 6.5,10).
A recepção de benefícios como a cura, a prosperidade e a felicidade é condicionada à entrega de contribuições, dando-se a entender que as bênçãos serão proporcionais à generosidade do ofertante. Fica inteiramente esquecido o ensino claro de Jesus: “[...] de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8). Em consequência disso, surgiu uma geração de pastores-empresários que estão se colocando entre os homens mais ricos do país. Dominados pela ganância condenada com tanta veemência nas Escrituras (1Ts 2.5; Tt 1.7; 1Pe 5.2), estão acumulando grandes fortunas na forma de mansões, fazendas, carros de luxo e, agora, o símbolo máximo dos novos ricos – jatinhos particulares. Eles influenciam de tal forma os seus seguidores que estes, além de não questionarem tal procedimento, acham que seus líderes merecem os privilégios que usufruem.
Não se discute que os obreiros cristãos sejam remunerados condignamente pelo seu trabalho (2Co 8.14). O que se lamenta é a mercantilização da fé, que tantos prejuízos tem trazido para a causa de Cristo ao longo dos séculos, obscurecendo a graça de Deus, o seu favor imerecido. Os modernos simoníacos não só estão manchando para sempre a sua própria reputação, mas também contribuindo para prejudicar a imagem de toda a classe ministerial e das comunidades evangélicas. Suas ações têm produzido e continuarão a produzir reações negativas da imprensa, da opinião pública e dos governantes. Eles fariam bem em considerar as palavras ditas pelos apóstolos a Simão, o mágico – e se arrependerem enquanto é tempo.
Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de A Caminhada Cristã na História e “Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil”. asdm@mackenzie.com.br

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Um pastor moderno entre os radicais

Um dos líderes da Assembleia de Deus, a maior e uma das mais conservadoras igrejas evangélicas do Brasil, Samuel Ferreira rompe tradições, libera costumes e atrai fiéis para o seu templo

Rodrigo Cardoso
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O evangélico desavisado que entrar no número 560 da ave­nida Celso Garcia, no bairro paulistano do Brás, poderá achar que não está entrando em um culto da Assembleia de Deus. Maior denominação pentecostal do País – estima-se que tenha 15 milhões de adeptos, cerca de metade dos protestantes brasileiros –, historicamente ela foi caracterizada pela postura austera, pelo comedimento na conduta e, principalmente, pelas vestimentas discretas de seus membros. Por conta dessa última particularidade, tornou-se folclórica por forçar seus fiéis a celebrarem sempre, no caso dos homens, de terno e gravata e, entre elas, de saia comprida, camisa fechada até o punho e cabelos longos que deveriam passar longe de tesouras e tinturas. Era a igreja do “não pode”. Não podia, só para citar algumas interdições extratemplo, ver tevê, praticar esporte e cultuar ritmos musicais brasileiros. A justificativa era ao mesmo tempo simples e definitiva: eram coisas do capeta.

No templo do Brás, porém, às 19h30 do domingo 15, um grupo de cerca de vinte fiéis fazia coreografias, ao lado do púlpito, ao som de uma batida funkeada. Seus componentes – mulheres maquiadas e com cabelos curtos tingidos, calça jeans justa e joias combinando com o salto alto; homens usando camiseta e exibindo corte de cabelo black power – outrora sofreriam sanções, como uma expulsão, por conta de tais “ousadias”. Mas ali eram ovacionados por uma plateia formada por gente vestida de forma parecida, bem informal. Palmas, também proibidas nas celebrações tradicionais, eram requisitadas pelo pastor Samuel de Castro Ferreira, líder do templo e um dos responsáveis por essa mudança de mentalidade na estrutura da Assembleia de Deus, denominação nascida em Belém, no Pará, que irá festejar seu centenário no mês que vem. “Muitos chamam de revolução, mas o que eu faço é uma pregação de um evangelho puro, sem acessórios pesados”, afirma ele, 43 anos, casado há vinte com a pastora Keila, 39, e pai de Manoel, 18, e Marinna, 14. “A maior igreja evangélica do País está vivendo um redescobrimento.”
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NOVOS TEMPOS
Com roupas de grife, Ferreira lê a Bíblia
e consulta o iPad no mesmo culto
 Sentado em uma cadeira logo ao lado do coral, Ferreira, que assistiu à televisão pela primeira vez na casa do vizinho, aos 7 anos, escondido do pai, Manoel Ferreira, pastor assembleiano, desliza o dedo indicador em um iPad segunda geração enquanto o culto se desenrola. Acessa a sua recém criada página no Twitter por meio da qual, em apenas um mês, amealhou mais de 110 mil seguidores. Quando se levanta para pregar a palavra, deixa visível o corte alinhado de seu terno e a gravata que combina com o conjunto social. Não que o pastor se furte em pregar de jeans, tênis e camisa esporte – tem predileção por peças da Hugo Boss –, como faz em encontros de jovens. “Samuel representa a Assembleia de Deus moderna, com cara de (Igreja) Renascer (em Cristo)”, opina o doutorando em ciências da religião Gedeon Alencar, autor de “Assembleias de Deus – Origem, Implantação e Militância” (1911-1946), editora Arte Editorial. “Os mais antigos, porém, acham o estilo dele abominável.”

Natural de Garça, interior de São Paulo, formado em direito e com uma faculdade de psicologia incompleta, Ferreira é vice-presidente da Convenção de Madureira, que é comandada por seu pai há 25 anos e da qual fazem parte 25 mil templos no Brasil, entre eles o do Brás. Os assembleianos não são uma comunidade unificada em torno de um líder. Há, ainda, os que seguem a Convenção Geral, considerada o conglomerado mais poderoso, e o grupo formado por igrejas autônomas. Ferreira assumiu o templo da região central da capital paulista há cinco anos e passou a romper com as tradições. Ao mesmo tempo, encarou uma cirurgia de redução de estômago para perder parte dos 144 quilos. “Usar calça comprida é um pecado absurdo que recaía sobre as irmãs. Não agride a Deus, então liberei”, diz o pastor, 81 quilos, que até hoje não sabe nadar e andar de bicicleta porque, em nome da crença religiosa, foi proibido de praticar na infância e na adolescência. 

Sua Assembleia do “pode” tem agradado aos fiéis. “Meu pai não permitia que eu pintasse as unhas, raspasse os pelos ou cortasse o cabelo”, conta a dona de casa Jussara da Silva, 49 anos. “Furei as orelhas só depois dos 40 anos. Faz pouco tempo, também, que faço luzes”, afirma Raquel Monteiro Pedro, 47 anos, gerente administrativa. Devidamente maquiadas, as duas desfilavam seus cabelos curtos e tingidos adornados por joias pelo salão do Brás, cuja arquitetura, mais parecida com a de um anfiteatro, também se distingue das igrejas mais conservadoras.
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ALÍVIO
Os fiéis João Gilberto e Raquel: liberdade para cuidar da 
aparência sem sofrer sanções da igreja
 A relativização dos costumes da Assembleia de Deus se dá em uma época em que não é mais possível dizer aos fiéis que Deus não quer que eles tenham vaidade. A denominação trabalha para atender a novas demandas da burguesia assembleiana, que, se não faz parte da classe média, está muito perto dela, é urbana e frequenta universidades. É esse filão que está sendo disputado. Uma outra igreja paulista já promoveu show no Playcenter. No Rio de Janeiro, uma Assembleia de Deus organiza o que chama de Festa Jesuína, em alusão à Festa Junina. Segundo o estudioso Alencar, as antigas proibições davam sentido ao substrato de pobreza do qual faziam parte a grande maioria dos membros da Assembleia de Deus. “Era confortável para o fiel que não tinha condição de comprar uma televisão dizer que ela é coisa do diabo. Assim, ele vai satanizando o que não tem acesso.”

Importante figura no mundo assembleiano, o pastor José Wellington Bezerra da Costa, 76 anos, presidente da Convenção Geral, não é adepto da corrente liberal. “Samuel é um menino bom, inteligente, mas é liberal na questão dos costumes e descambou a abrir a porta do comportamento”, afirma. Ferreira, por outro lado, se diz conservador, principalmente na questão dos dogmas. Em suas celebrações, há o momento do dízimo, do louvor, da adoração e um coral clássico. Ao mesmo tempo, é o torcedor do Corinthians que tuita pelo celular até de madrugada – dia desses, postou que saboreava um sorvete às 4h30 –, viaja de avião particular e não abre mão de roupas de grife. Um legítimo pastor do século XXI. 
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sábado, 29 de março de 2014

PRÍNCIPE ENCANTADO? SÓ EM CONTOS DE FADAS!

Nos últimos anos temos visto o surgimento de ministérios dedicados a promover entre os jovens a valorização da pureza sexual e da espera em santidade pelo casamento. Não se pode negar que esses ministérios têm alcançado bons frutos. Em meio a tantos jovens que vivem mergulhados na lama da impureza e imoralidade, ministérios que tratem desses assuntos são de especial importância. Contudo, podemos perceber que o discurso desses ministérios, ao mesmo tempo que carrega méritos, também induz alguns jovens a uma expectativa irreal, uma espera por algo que simplesmente não existe. Com suas abordagens sobre “príncipes e princesas”, produzem uma visão excessivamente romântica da vida, própria dos contos de fadas, que é falsa e nunca se realizará. Exemplo disso está na frase abaixo, que foi publicada no Facebook por um desses ministérios:

“A pessoa de Deus para sua vida arranca sorrisos, e não lágrimas”.
A frase acima promove uma expectativa falsa, ilusória, pois simplesmente não existe a pessoa que só nos faça rir, posto que sempre estaremos lidando com pessoas pecadoras, tal como nós mesmos somos. As pessoas que amamos nos fazem chorar, da mesma forma que elas choram por nossa causa. Somos pecadores.

Princesa-e-principe
 
Quando alguém decide se casar, está casando com um ser humano, portanto, com um pecador. Ainda que seja um discípulo de Jesus, comprometido de todo coração em acertar, ainda assim é um pecador, falho, imperfeito. Portanto, muitas vezes o casamento não será um espaço de alegrias, mas um exercício de perdão. Paulo já nos disse que o amor é sofredor. Ele tudo sofre (I Co. 13:7).


Aquilo que só nos faz rir não é amor, mas é a paixão, cega, burra e ilusória.
Se Jesus nos diz que devemos perdoar nossos irmãos 70 vezes 7, certamente isso se aplica aos cônjuges. Antes de serem marido e mulher, os cônjuges são irmãos em Cristo, co-herdeiros da mesma graça de vida (I Pe. 3:7), e por isso o casamento é um vínculo em que se deve viver integralmente mandamentos como:

“Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” (Ef. 4:32).

“Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Cl. 3:13).

Se precisamos ter um coração perdoador, é porque sofreremos danos a serem perdoados.

Além disso, precisamos lembrar que o casamento cristão tem por propósito ser uma expressão da relação entre Cristo e a Igreja. Por isso, o casamento também deve ser visto também como algo que Deus usa para nos fazer mais parecidos com Jesus, para moldar o nosso caráter. Um cônjuge que compreende esse propósito, não se fará cúmplice dos erros da outra parte. Não será como Safira, que foi cúmplice da mentira de Ananias. Muito pelo contrário, terá um coração disposto a, em amor, confrontar o pecado. E quando somos confrontados, muitas vezes choramos. Às vezes choramos por estarmos endurecidos e resistirmos ao confronto. Porém, por sermos discípulos de Jesus, nos quebrantamos, e o nosso choro será de arrependimento.

Ora, se nem mesmo Deus, que é puro amor, nos trata apenas nos fazendo rir, porque podemos esperar que o cônjuge faça isso?Portanto, ao entrar no casamento, tenha clareza que você está descendo a uma das oficinas do Oleiro, onde Ele molda o barro. Nem sempre haverá risos. Haverá muitas lágrimas. Mas siga confiando que Deus está moldando a sua vida, para transformar o seu caráter e te fazer mais parecido com Jesus.

Fonte: Anderson Paz http://pensandoavida.com/blog/