segunda-feira, 19 de setembro de 2016

TRANSFORMANDO PEDRAS EM BENÇÃOS

Gênesis 28.10-19

-Introdução: Certa vez ouvi alguém dizer que ‘quando Deus não muda as coisas, Ele nos muda em relação a elas’. Quando oramos para que as coisas mudem, muitas vezes nós é que precisamos mudar interiormente.
   Em muitas situações, tentamos fazer concertos e remendos em nossas vidas, mas na verdade é preciso recomeçar. Não adianta mudar de emprego, casa, cidade, médico, relacionamentos, e tudo o mais sem mudar interiormente nosso viver.
Jacó estava vivendo um momento muito difícil em sua vida. Ao mesmo tempo em que começava um novo tempo de mudanças (v.10). Havia se desentendido com seu irmão Esaú e este queria mata-lo (Gênesis 27.42). Por isso fugiu para a casa de seus parentes e quis encontrar uma esposa para recomeçar sua vida (Gênesis 28.1,2).
Jacó caminhava e estava tão cansado e preocupado que não tinha nem mesmo onde dormir, por isso, quando estava exausto, dormiu sobre uma pedra como travesseiro no meio do caminho (v.11).
Jacó havia recebido a bênção de seu pai Isaque (Gênesis 28.3,4), mas agora receberia a bênção do próprio Deus (Gênesis 28.14).
Muitas vezes estamos como Jacó, fugindo dos problemas, dificuldades na família, carentes da bênção do Senhor, cansados e precisando começar tudo de novo.
Existem pedras tão grandes em nossas vidas que não conseguimos tirar de nosso caminho. É preciso transformar estas pedras para que deixem de ser problemas e se tornem bênçãos.
Como transformar as pedras em minha vida?
Vamos aprender com Jacó, como transformou as pedras de sua vida:
1- Transforme sua pedra em um TRAVESSEIRO“tomou uma das pedras do lugar e fê-la seu travesseiro” v.11
A primeira coisa que aprendemos com Jacó é que em tempos difíceis precisamos encontrar um tempo para descansar no Senhor. Para mudar é preciso parar. Se eu quiser mudar minha direção, devo primeiro parar e então retornar. Não adianta prosseguir se está dando tudo errado.
Jacó descansou no meio da tribulação. Reconheceu que não adiantaria prosseguir cansado como estava, mas precisava parar um pouco antes de continuar e recompor suas energias.
Você está fugindo de seus problemas e cansado como Jacó? Jesus diz para você: “vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28). 
Se você for olhar suas contas, as obrigações mensais, os impostos que vencerão, as coisas que deseja comprar e tudo o que as pessoas querem que você faça, você fica sufocado. Jesus sabia que o pior mal dos últimos tempos seria a ansiedade e a depressão (Mateus 6.25). O ser humano não foi criado por Deus para viver sob pressão e estresse, por isso Jesus mandou olhar para os lírios e passarinhos para aprender sobre o cuidado de Deus sobre nós (Mateus 6.26 e 28).
Se você prosseguir cansado como está, não conseguirá alcançar seu objetivo, por isso “descansa no Senhor e espera nele” (Salmos 37.7). Então tire um tempo para refletir e descansar. Apresente todas as suas ansiedades a Deus em oração (Filipenses 4.6).
Existem pedras no seu caminho? Está difícil continuar sua caminhada?
Descanse no Senhor e Ele vai restaurar a sua vida novamente!
                               
2- Transforme sua pedra em um SONHO“e sonhou” (v.12)
No meio desta dificuldade toda Jacó teve um lindo sonho. Ele viu que aquela pedra seria o primeiro degrau de uma grande escada que de tão alta atingia até o céu. Nesta escada havia um grande movimento de anjos subindo e descendo.
Este sonho seria a força que precisava para inspirar sua vida dali para frente. Sua vida que parecia um pesadelo, agora se transformaria em um sonho de Deus.
Os sonhos se tornam como ideais para nossa vida. Uma razão de acordar, levantar e lutar. Como é triste quando vemos pessoas que desistiram de seus sonhos. Quando encontram uma pedra no caminho, pensam em desistir por que não conseguem mais sonhar. Há muito tempo alguém me ensinou que ‘um homem sem sonho é um homem morto’.
No sonho de Jacó “os anjos de Deus subiam e desciam” (v.12). Isso significa que enquanto descansamos Deus continua trabalhando por nós. Muitas vezes ficamos apavorados pensando o que fazer e queremos resolver tudo do nosso jeito, mas não adianta. Por isso é importante descansar e deixar Deus agir.
Quando oramos existe uma grande movimentação de anjos em nossas vidas, pois os anjos são espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hebreus 1.14).
Você tem um sonho?
Deus quer trabalhar em sua vida e realizar seus sonhos!
3- Transforme sua pedra em um ALTAR“tomou a pedra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna sobre cujo o topo entornou azeite. E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel” v.18-19
Aquela mesma pedra que antes era um problema, Jacó a transformou em um travesseiro para descanso e ali sonhou, agora ele se levanta e transforma a pedra em um altar para adorar a Deus. Aquele lugar foi marcado por aquela pedra e ganhou o nome de Betel que significa ‘casa de Deus’ (v.17).
Muitas pessoas, quando passam por problemas, a primeira coisa que deixam de fazer é orar, ir ao culto e louvar a Deus. Neste momento é que mais precisamos de Deus e devemos orar mais, ler mais a palavra e nos consagrar inteiramente ao Senhor. O diabo gosta de colocar umas pedras no caminho do crente e fica mais alegre ainda quando vê que isso o impede de orar.
Deus não tem culpa de nossos problemas. Muitas vezes as dificuldades que enfrentamos são consequências de outras coisas que fizemos e não podemos culpar Deus por isso. Contudo podemos buscar sua face pedindo sua misericórdia e esperando sua salvação para mudar a nossa sorte.
Como transforme as pedras em um altar para Deus? Um pregador dizia que ‘crente não tem problemas e sim motivos de oração’. Quando fazemos de nossos problemas em motivos de oração, os problemas deixam de ser problemas e se transformam em bênçãos porque vemos Deus agir em nosso viver.
Você está passando por tribulações?
Quanto mais pedras encontrar, adore mais ao Senhor!
Quando houver pedras no caminho, descanse, sonhe e adore!
-CONCLUSÃO“na verdade o Senhor está neste lugar e eu não sabia” v.16
Jacó pensava que estava sozinho e que aquele lugar não tinha a bênção de Deus. Pensou que nunca mais voltaria ali, mas Deus lhe prometeu dar aquela terra (v.15) e que sua família que Jacó pensara que tinha acabado, seria abençoada pelo Senhor (v.14). Aquele lugar difícil foi onde Jacó mais foi abençoado (v.17).
Não adianta fugir de seus problemas. No lugar onde está Deus pode te abençoar, bem como sua família. Se tiver uma pedra aqui e você fugir dela, haverá outras pedras mais adiante. Quando pensamos que tudo está acabado, Deus se levanta para recomeçar por nós e fazer tudo melhor ainda. De tão atribulados pensamos às vezes que Deus não está conosco. Mas você não está sozinho. Deus está contigo!
Aquela pedra que era um problema na vida de Jacó virou um travesseiro para ele descansar em Deus, foi um sonho para ele ver Deus trabalhar em sua vida e também um altar de adoração ao Senhor. Lembre-se que quando encontrar uma pedra em seu caminho e não puder removê-la de tão cansado que estiver ou de tão grande que ela seja você pode descansar em Deus, pode sonhar e adorar ao Senhor! 


Autor: Pr. Welfany Nolasco Rodrigues

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Simão, o Cirineu. A cruz e a veste branca.

Simão era africano e aguardava uma gota de sangue em sua veste



Wilma Rejane


" E constrangeram um certo Simão Cirineu, pai de Alexandre e Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz" Marcos 15:21.

Simão Cirineu, o homem sobre o qual foi colocada a cruz de Jesus, quando de sua caminhada pela via dolorosa, era membro da colônia judaica ao norte da Ásia. Um lugar que havia sido estabelecido três séculos antes do nascimento de Cristo por Ptolomeu Lagi, que para lá transportara grande número de judeus da Palestina. Cirene, não era o sobrenome de Simão, mas uma denominação que indicava o lugar de seu nascimento, uma colônia na Líbia, localizada dentro dos limites atuais de Tunis. Um judeu africano era Simão e eles eram influentes e numerosos pelo fato de manterem uma sinagoga em Jerusalém (Atos 6:9).

Era Páscoa e Simão estava na cidade de Jerusalém para participar das cerimônias anuais no templo: a festa dos Tabernáculos, Páscoa e Pentecostes. Nessa ocasião, os homens judeus se vestiam de linho branco para participarem do sacrificio do cordeiro pascal. Se houvesse qualquer mancha que fosse na veste de qualquer homem, eles eram impedidos de entrar no templo e participar da cerimônia. 

Dentro do templo, havia um altar com cerca de 2,80 metros de altura todo feito em pedra inteira, sem corte ou trabalhada, e após o sacerdote sacrificar ali o cordeiro, ele o pegava pelas pernas traseiras e com movimentos no sentido horário, girava sete vezes em torno do altar deixando o sangue cair e escorrer pelo altar. Quando o sangue já havia saído, o sacerdote pegava uma planta chamada hissopo (tipo esponja), passava sobre o sangue e depois sacudia sobre os homens que estavam presentes para que recebessem ao menos uma gota do sangue do cordeiro na veste de linho branco, e quando isso acontecia, a veste passava a ser um troféu para a vida do judeu que viajava quilômetros para receber uma gotinha que fosse.

Simão era um desses judeus que havia saído do campo, fora dos limites da cidade, para ir ao templo receber as gotas do sangue do cordeiro pascal. Imagino que não andava vestido de linho branco pela cidade para não sujar a veste e ser proibido de entrar no templo, mas deveria guardá-la em alguma bolsa para vestir minutos antes da cerimônia começar. E Simão ia a passos seguros em seu caminho quando é interceptado por soldados romanos que "o constrangem" a levar a cruz de Jesus: "Ei, você ai, ajude-o a carregar a cruz porque ele está muito cansado e precisamos enxugar um pouco o sangue que escorre de sua face e de todo seu corpo". Simão olha bem para Jesus e apesar da face desfigurada pelas agressões, percebe ternura no olhar, mansidão e Simão não cogita dizer não, mas prontamente se inclina, e encostando o corpo em Jesus ensanguentado carrega com Ele a cruz.

Simão Cirineu, cujo objetivo era participar da cerimônia no templo de Jerusalém, para receber uma gotinha de sangue do cordeiro pascal, agora estava ali, juntinho ao Cordeiro de Deus que tirava o pecado do mundo através do sacrifício em favor da humanidade. Seu sangue  precioso de Filho de Deus, derramado no centro da terra (Jerusalém), para curar a humanidade, também escorria sobre a pele negra de Simão, o Cirineu. A Bíblia não diz quantos minutos durou a caminhada de Simão junto a Jesus, mas imagino que Jesus deva ter dito a Simão: "Não temas porque hoje você não recebeu apenas uma gota de sangue do cordeiro, mas recebeu a vida do Cordeiro em si mesmo. Eu Sou o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, crê Simão e serás salvo".

O Cirineu creu, saiu dali correndo, cambaleando, em prantos e foi direito para casa. Chegando em casa,seu troféu já não seria a veste de linho branco, gotejada de sangue, mas a salvação eterna dada pelo Cordeiro de Deus! E Simão reúne a família e fala de como aquele acontecimento do dia estava encravado dentro dele, revirando seu intimo e ele já não seria mais um judeu praticante, mas um cristão, nascido de novo. Toda a família de Simão foi impactada por seu testemunho. Em atos dos apóstolos, vemos o relato de que seus filhos e sua esposa fizeram parte da igreja primitiva: Rufo, Alexandre e a sua mãe:


"Saudai a Rufo, a sua mãe e a minha" Romanos 16:13O. O outro filho do Cirineu, chamado Alexandre, parece ter sido alguém que se desviou do Evangelho. Paulo por duas vezes cita Alexandre:"Alexandre o latoeiro, causou-me muitos males, o Senhor lhe pague segundo as suas obras" II Tm 4:14 e ainda: E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a satanás para aprenderem a não blasfemar" I Tm1:20.

Foi assim, no cotidiano de Simão Cirineu, no meio da rua, que ele teve um encontro com Deus, através de Jesus Cristo. Um homem que não imaginou que poderia ter sua vida transformada por uma cruz, mas ao aceitar carregá-la, renunciando o percurso antes planejado, ele se torna um novo homem. Podemos olhar para Simão e aprender com seu gesto. Que Deus está perto, no nosso dia a dia, que tem interesse em mudar nossa história, desde que renunciemos a todo um passado de erros e abracemos a cruz com suas dores e promessas. Simão que guardava a veste branca para receber gotinhas de sangue, havia sido lavado, mergulhado no sangue da graça, pela fé no Cordeiro.

Que a vida de cristão é de gozo, mas também de sofrimento. É de servir ao outro e ajudá-lo a viver através do altruísmo e do amor. É de vinho e também de fel, esses elementos estavam na esponja que os soldados romanos embeberam no calvário. Simão Cirineu, em sua própria casa, teve alegria e tristezas com a família. Ao tempo em que Rufo foi fiel nas convicções cristãs e Palavra de Deus, Alexandre foi rebelde e desobediente. Simão Cirineu era um estrangeiro em Jerusalém, chamado entre os passeantes naquele dia e Jesus tem sim um plano para aqueles que se sentem distantes, estrangeiros quanto a fé. Ele nos chama de várias maneiras e pode ser em momento de alegria ou de dor (foi o meu caso), mas tudo se converte em paz interior. A maior lição dada com o episódio de Simão, é o do chamado e do servir através da fé e da confissão em Jesus como Senhor e Salvador. 

Deus nos abençoe.

Fontes: Josefo, Antiguidades (Capitulo I) e Pr. Alexandre Augusto.

terça-feira, 31 de maio de 2016

VIA DOLOROSA


Jesus andou num trajeto, chamado agora de Via Dolorosa, para ser crucificado em Gólgota. A distância total tem sido estimada em 595 metros. (Edwards). Uma rua estreita de pedra, era provavelmente cercada por mercados no tempo de Jesus. Ele foi conduzido através das ruas aglomeradas de gente carregando a barra transversal da cruz (chamada patibulum) em contato com Seus ombros. A barra transversal provavelmente pesava entre 36 e 50 quilos. Ele era cercado por um guarda dos soldados romanos, o qual carregava uma placa que anunciava Seu crime o de ser "o Rei dos Judeus" em Hebreu, em Latim e em Grego. No caminho, Ele ficou incapaz de carregar a cruz. Alguns teorizam que Ele talvez tenha caído ao ir descendo os degraus da Fortaleza de Antônio. Uma queda com o pesado patibulum nas Suas costas talvez tenha causado uma contusão do coração, predispondo Seu coração a ruptura na cruz. (Ball) Simão o Cireneu (atualmente norte da África (Tripoli)), que aparentemente foi afetado por estes eventos, foi intimado a ajudar.


A presente Via Dolorosa foi marcada no século 16 sendo a rota na qual Cristo foi conduzido a Sua crucificação.(Magi) Quanto a localização do Calvário, a verdadeira localização da Via Dolorosa é disputada. Muita da tradição a respeito do que aconteceu a Jesus é encontrada na Via Dolorosa hoje em dia. Há 14 estações de "eventos" que ocorreram e 9 igrejas no caminho hoje em dia. As estações da cruz foram estabelecidas em 1800. (Magi) Hoje em dia, há uma seção no trajeto onde se pode andar nas pedras que foram usadas durante a época de Jesus.






A bíblia não relata que Jesus tenha caído uma vês se quer, quem afirma que Jesus caiu por três vezes é a tradição católica, a maioria dos teólogos não aceita que Jesus tenha caído, pois se assim fosse ele de uma certa forma teria fracassado.
Esta rua estreita com suas estações hoje tem por objetivo alavancar o turismo religioso, as pedras os locais estão recheados de misticismo religiosos e suposições infudadas.
Em Cristo. Ev. Evaldo Barbosa

quinta-feira, 26 de maio de 2016

DORME COM OS BICHOS E ACORDA COM OS ANIMAIS

Minha mãe é uma católica funcional, nunca foi muito de ir às missas, mas foi ensinada a viver uma vida pautada nas práticas religiosas que o catolicismo ensina as rezas e ladainhas sempre fizeram parte de sua vida, e me recordo que sempre falava esse ditado para mim por eu deitar-me e levantar-me sem recomendar minha alma com o pai e nosso e ave Maria. Nessa semana nosso pastor Marcos Antônio nos ministrou uma palavra sobre a importância da oração, nos despertou para vida de ocupações que vivemos nesses dias, em que temos tempo para tudo menos para falar com Deus. Em nossos dias os meios de comunicação tem minado todo nosso tempo, “DORMIMOS COM A TV E ACORDANOS COM O COMPUTADOR” a maneira de Deus se relacionar com o homem é através da sua palavra, ela contem tudo sobre Ele o que Ele quer de nós, e a maneira do homem se relacionar com Deus é através da oração, a oração é o canal de comunicação que liga o homem a Deus. A palavra que nosso pastor pregou ficou martirizando a minha mente, fiquei  analisando a situação que acontece quando limpamos um peixe, tudo que sai do seu ventre é imundo, aí fiquei me imaginando eu dentre de um ventre de um peixe, e bateu um sentimento de nojo e asco, e foi isso que aconteceu com Jonas, ele foi parar literalmente no ventre de um peixe, e podemos ver que tão horrível era aquele lugar que ele comparou com o inferno. Oração não é uma repetição de palavras bonitas  ou uma lista de petições que supram nossos anseios e necessidades, oração é interlocução é conversação é comunhão, mas eis aí a questão: como podemos falar com quem não temos intimidade e nem afinidade?  Oração sem comunhão é um ato de sacrifício vazio e sem enfeito algum diante Deus, são palavras levadas ao vento que por mais bem elaboradas que sejam não comovem o coração de Deus.  Que possamos ser mais agradecidos, nesses dias de frio, já observou a cama quente que você dorme, já pensou em quantos queriam ao menos um cobertor usado, veja as suas roupas, o seu cardápio do dia a dia, veja como andam os seus filhos, será que essas coisas embora simples não são motivos para você se prostrar diante do seu criador e render graças, adore a Deus pela vida que Ele te deu, é simples mais é boa, não espere entrar em ventre de peixe pois lá não dá para orar, lá só dá para clamar.

Que Deus nos dê força e coragem para buscar a sua face enquanto podemos achar!Com a minha voz clamo ao SENHOR, e ele do seu santo monte me responde.
5 Deito-me e pego no sono; acordo, porque o SENHOR me sustenta

Em Cristo Ev. Evaldo Barbosa

domingo, 22 de maio de 2016

ADBRÁS VILA GUILHERME

Grandes coisas tem feito Deus neste lugar, sob a direção de Deus nosso pastor local Marcos Antonio tem sido um verdadeiro vaso na mão de Deus. Coisas maravilhosas Deus têm realizado neste lugar, muitas pessoas já tiveram suas vidas transformadas pelo o poder da palavra de Deus, nosso pastor juntamente com sua esposa filhos e obreiros desta casa de oração não tem medido esforço para fazer a vontade de Deus.

Pr. Marcos Antonio

Momentos de adoração

Litaralmente com a mão na massa

Olha o manto

Oração

Milssionaria Rosineide e obreiros


Pastor num lê bíblia errado não!

*Por Gedeon Alencar

Um senhor entre quarenta e cinquenta anos senta ao meu lado com o jornal do metrô. Poucos minutos depois, me oferece o jornal:

 — “Quer o jornal? Eu num sei ler não. Pego apenas para ver as fotos!”.

Depois do choque inicial, pergunto: 

— Se não sabe ler como o senhor pega ônibus? Ele me responde confiantemente: 

— “Pelas cor”! — Como assim “pelas cor”? Você sabe exatamente qual a cor do ônibus que vai para seu trabalho ou para sua casa?

Ele, então, me explica que não pega ônibus, pois, mora ao lado do trabalho. Somente esse quando precisa ir ao Jabaquara.

Eu não conseguia acreditar que estava diante de um cidadão com o Metrô News nas mãos, andando de ônibus na maior cidade do país, mas analfabeto. Continuamos a conversa. Com seu palavreado típico e original, não demorou muito para eu descobrir que era cearense (como eu) e crente pentecostal (idem). 


Veio para São Paulo há mais de vinte anos e nunca voltou para visitar a família. Nunca gostou da cidade, pois sempre viveu na roça. Saiu da zona rural direto para São Paulo. Chegou um dia pela manhã e, depois do almoço, começou a andar nas ruas da periferia onde moravam seus parentes, e encontrou uma empresa contratando zelador. No dia seguinte já estava trabalhando. Nunca foi ao Centro, não conhece absolutamente nada além de sua casa, trabalho e estação do Metrô Jabaquara, onde vem receber ou entregar alguma encomenda do seu patrão. 

Fora da casa e trabalho, também vai à igreja. Tudo isso foi “bença de Deus”, pois trabalha ao lado de casa e tem um patrão “que é bom demais, um pai”. Seu patrão confia muito nele, já que fica com as chaves da empresa, até da sala do chefe. É o primeiro a chegar e o último a sair; chega cedinho para fazer um cafezinho para o patrão; ganha presentes e gosta tanto do trabalho e o patrão gosta tanto dele que todos esses anos nunca tirou férias; seu chefe e a empresa não querem ficar sem ele, por isso “paga as férias direitinho”. “Não é uma bença?”, ele arremata. 

Quando descubro que é crente, pergunto: — Como você é crente e vai para a igreja e não lê sua Bíblia? Ao que me responde convicto: — Não preciso ler não, macho. O pastor lá na igreja lê a Bíblia pra gente! — Mas seu pastor pode tá lendo a Bíblia errado.... — ele não me deixa terminar a frase, interrompe e dá um tapa no meu ombro. “Tá doido é, pastor num lê Bíblia errado não, macho!”. 

Aviso aos leitores: esse cabra da peste, cearense, pentecostal, tem razão. Concordo com ele. Émile Durkheim também concorda. No clássico Formas Elementares da Vida Religiosa, ele conceitua religião como comunidade moral. Aliás, a primeira e principal produtora de valores morais. Mais: valores corretos. Esse crente corrobora a tese durkeimiana: a igreja, ou mais especificamente, sua igreja é uma comunidade moral. E verdadeira. 

Esse indivíduo é digno de confiança — seu patrão que o diga. Marxistas e, até weberianos como eu, podem interpretar esse “fato social” de modo diferente, mas não podem negar que a construção da confiança entre esses indivíduos — patrão, empregado e também pastor — se deu por causa de sua moralidade religiosa. “Foi uma bença de Deus esse emprego, meu amigo. Por isso, eu não posso enganar meu patrão. Deus tá vendo!”. Mas o que me interessa fundamentalmente nessa história é sua relação de confiança com a leitura bíblica de seu pastor. 

Quem é o pastor de uma pessoa nessa camada social?(1) Alguém do seu mesmo nível social, escolaridade e, invariavelmente, morando no mesmo espaço geográfico. Portanto, longe da categoria de “consumidor” e “produtor de bens simbólicos”. Não há um abismo social e teológico entre ambos. Nesse caso, uma liderança carismática que é legitimada por seus seguidores; há uma relação intrínseca de confiança recíproca nessa comunidade moral. Todos se conhecem, pois, inclusive, moram perto uns dos outros. Há, efetivamente, uma “coesão social” (novamente Durkheim). As relações fraternas, empregatícias, religiosas e institucionais estão imbricadas. E funcionam. 

A leitura bíblica — “correta” — que seu pastor faz é exatamente a que ele faria se fosse capaz de ler. Eles têm os mesmos valores, agem baseados nos mesmos princípios, já que culturalmente estão no mesmo barco. Diferente de grupos religiosos onde seus líderes “estão no mesmo barco, mas em camarotes diferentes”. Por isso, recorrendo mais uma vez a Durkheim: “Não existe religião alguma que seja falsa. Todas elas respondem, de formas diferentes, a condições dadas da existência humana”. Portanto, sua religião é verdadeira, ela lhe dá “sentido” e isso lhe é suficiente e necessário; é o “sentido” que ele precisa. 

Foi essa sensação que tive olhando para aquele falastrão ao meu lado. Feliz da vida pelo emprego, crente convicto na atuação do divino e tranquilo na sua relação com seu pastor. Nenhuma pretensão dialética na relação da senzala com a casa grande; nenhuma tensão teológica na epistemologia pastoral para uma leitura bíblica contextualizada. Não esperava e nem achava necessário nenhuma mudança: “Tá bom do jeito que está!”, disse quando tentei convencê-lo da necessidade de saber ler numa cidade grande como São Paulo. Me olha sorrindo, parece com pena de mim. Se ele tivesse lido Foucault me diria que o micropoder ... deixa para lá. 

Alienação? De quê? 

Esse cearense-pentecostal-analfabeto é, segundo a teoria marxista, um primor de alienação, ou seja, “não tem domínio da realidade”. Igualmente a qualquer um de nós — meus leitores alfabetizados, pós-graduados, modernos — quando falamos com um farmacêutico, médico, meteorologista ou cientista nuclear. Quem é de outra “casta científica”, sabe que o primeiro problema é a linguagem técnica. Alguém que não é farmacêutico sabe decifrar uma bula de remédio? A escrita é cifrada, as frases truncadas, cheias de palavrões indecifráveis. De uma complexidade infame, proposital. E essa droga ainda tem efeitos colaterais. Entendendo ou não a bula (ainda correndo o risco de que o farmacêutico não tenha entendido os rabiscos do médico) tomamos o remédio com base na confiança com relação ao médico, farmacêutico e o laboratório. Idem ao entrar em um avião, comprar um aparelho eletrônico ou entregar nosso dinheiro a um banco. Ou deitar na cadeira de um dentista, abrir a boca e deixar ele fazer um canal. Nesse caso, o único domínio que temos é o do pagamento. Poderia exemplificar com outros profissionais, mas é suficiente. 

Por que nós, escolarizados, modernos e alfabetizados, podemos — e não temos outra opção — confiar cegamente em dentistas, cientistas, aparelhos eletrônicos, e meu amigo cearense-pentecostal-analfabeto não pode confiar na leitura bíblica de seu pastor? Alienado? Ele? 

Eu tenho inveja da tua vida, macho! Nota (1) Não uso a categoria classe, uma redução marxista de categoria econômica. Camada, um conceito weberiano, tem uma abrangência para além das afinidades econômicas, sendo uma condição social-cultural.