domingo, 21 de setembro de 2014

É proibido sofrer!



"É proibido sofrer!" Esta é a mensagem que vemos sendo anunciada em quase todos os lugares. Talvez nem sempre dita assim tão explícita, mas percebemos suas variações quando também se diz: "pare de sofrer!", "tenha uma vida vitoriosa!", "Você nasceu para ser cabeça e não cauda!", "decrete e profetize sua vitória!", "tome posse pela fé!" e tantas outras ordens e palavras que, na cabeça de muita gente, vira uma espécie de anestésico contra as dores que os problemas da vida provocam na gente.

A sociedade atual se esconde do sofrimento e o nega porque ele desmascara nossas fragilidades. A questão é que a ferida continua aberta, a infecção vai se alastrando cada vez mais, a doença emocional vai se enraizando, vai matando lentamente, mas seus efeitos são maquiados pela não sensação de dor. Se esquecem que o próprio sofrimento pode ser uma bênção, pois ele nos avisa sobre a necessidade de que algo deve ser feito.

Embora haja fundamento bíblico para nos dizermos mais do que vencedores por meio de Jesus, esta palavra "vencedores" não segue o modelo e o padrão moderno de entendimento do que seja vencedor segundo a ganância dos homens. O perfil do vencedor moderno é aquele que até pode passar por alguma dificuldade, mas consegue tudo o que quer. Sempre vence as dificuldades virando o jogo com palavras mágicas. Nunca demonstra em público suas fraquezas. Este é o vencedor das externalidades, da futileza, do terno Armani, da bolsa Louis Vuitton, do carro de luxo, de ter dinheiro, poder e influência sobre a vida das pessoas. É o que se faz vencedor pela força bruta, é o indestrutível. Infelizmente, este tipo de vencedor é anunciado adoecida e insistentemente em muitos púlpitos. Quem não se enquadra nesse padrão é rapidamente chamado de "sem fé", amaldiçoado, fraco ou derrotado.

Já, o Vencedor, segundo o Evangelho, é aquele que também sofre, também passa por algum tipo de privação, pode até vencer de alguma forma material, mas sabe discernir entre o momento de rir e o de chorar. Aprende a viver cada um destes momentos reconhecendo que há um Deus que não somente assiste, mas participa com a gente, ao nosso lado, de cada riso ou lágrima e usa essas coisas também como ensino e crescimento para cada um de nós.

Perder ou ganhar, ser fraco ou forte, no entendimento bíblico, não depende do troféu humano, das honrarias, homenagens, recompensas e reconhecimentos que se recebe em vida.

Vencer não tem a ver necessariamente com possuir bens ou ser curado de uma doença terminal. Estas coisas também, mas elas não tratam da essência. Estão na superfície de uma vida muito mais profunda, muito além de ter ou não os seus sonhos e pedidos realizados.

Aqueles que vencem ou venceram, nas Escrituras, perderam o mundo para ganhar a Vida. Alguns foram perseguidos, torturados, mortos, tiveram seus bens espoliados, famílias separadas. A maioria não foi nenhum exemplo de sucesso de empreendedorismo, de força de vontade ou estabilidade emocional. Passaram fome, fugiram, tiveram medo, alguns desistiram ou abandonaram seus projetos e chamados missionários, antes do tempo. Tiveram crises existenciais, ficaram deprimidos, se sentiram enfraquecidos, desejaram morrer mas foram salvos e reencaminhados não por suas próprias forças, mas pela Graça infinita, teimosa e amorosa de Deus. O verdadeiro vencedor é aquele que vence não por ele mesmo, mas vencido, vence em Deus.

O vencedor, segundo as Escrituras, sabe que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, mas nem por isso deixa de se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Vive cada sentimento de forma verdadeira, sem máscaras e consciente.

Nesta vida ainda vamos perder e achar muitas coisas, muitas vezes. Alguns sonhos pessoais jamais serão alcançados, outros virão como que presentes de Deus para nossas mãos. Não se permita ser julgado pelos outros ou pela própria consciência por causa do que você ganha ou deixa de ganhar. O importante é, como diria nosso irmão Paulo, o apóstolo: "quer vivamos ou morramos, somos do Senhor." (Romanos 14.8). Em outras palavras, desta vez, ditas por Jó "o Senhor deu, o Senhor tirou, bendito seja o seu nome." (Jo 1.21).

O sofrimento em si não nos torna derrotados. Podemos, sim, aprender e sermos aperfeiçoados por causa dele. O rótulo é sempre algo imposto de fora pra dentro. Nem sempre expressa uma realidade. Não se auto impute um desmerecimento ou supervalorização falsos. O verdadeiro vencedor aprende a dar nomes às suas responsabilidades, projeta sua esperança não nas coisas que se veem, mas naquelas que são eternas. Assume seus erros, mas também consegue se alegrar com cada pequenino passo em direção à Vida. Sabe perdoar e também pedir perdão. O sofrimento dói, mas nos amadurece, nos ensina a reconhecer o que de fato podemos chamar de vitória.


O Deus que venceu por todos te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!


Leia outras mensagens de Pablo Massolar
no blog Ovelha Magra (ovelhamagra.com)


domingo, 7 de setembro de 2014

ENTRE O PICADEIRO E O ALTAR - Pregadores que tratam a igreja como circo

"Respeitável Público: Com vocês... ooo PREGADOOOORR!!"


É quase isto! Anuncia-se o pregador e então aparece atrás do púlpito alguém vestido num terno colorido, sapatos multicores, gravata linguiça ou gravata multicores com pedrarias a gosto, calças apertadas (cores a gosto - vermelho, verde, azul, roxo, preto, branco, amarelo), e outros adereços esquisitos. Outro dia, um deles apareceu com gravata, lenço e echarpe amarelos... Nitidamente estava preparado para um desfile na passarela, mas jamais para o púlpito! Um amado amigo meu, pregador renomado, disse há pouco tempo enquanto ministrava: "boa parte dos pregadores de hoje não está vestindo-se para vir ao culto apresentar-se a DEUS, mas para as mulheres que frequentam os cultos!" Logo pensei: "bem, a maioria deles ou entende bem pouco ou nada de ética, ou bem pouco ou nada de mulheres". Que DEUS perdoe-me o divertimento imaginário neste aspecto, mas, seria cômico se não fosse trágico! Deve o pregador vestir-se sobriamente, como é digno do púlpito. Não entendam-me mal, por favor, mas tenho inquietante irritação quando vejo coisas assim, e olhem que não tenho visto poucas. Já são vários anos viajando e ministrando em todo tipo de eventos por esse país e tenho sentido-me muitas vezes constrangido com algumas aberrações e situações ridículas com as quais deparo-me!

Tem mais: além do visual chocante, hilário ou deprimente, alguns também pecam gravemente na comunicação. Na débil tentativa de impressionar o público com uma linguagem mais rebuscada ou erudita, alguns lançam mão de termos desconhecidos, palavras não coloquiais e expressões esquisitas. Impostam suas vozes profundamente numa terrível manobra para chamarem atenção do público. Por outro lado, há os que exibem péssimo português. Outros, cumprimentam os obreiros ao chegarem no ambiente, com uma falsa e exibicionista reverência, inclinando-se à frente quase como o fazem os japoneses em sua característica cultura. Perdoem-me, mas não resisti. Senti-me impulsionado a escrever sobre isto. Gostaria mesmo que os companheiros e irmãos pregadores compreendessem isto de forma educativa, instrutiva, conselheira, como uma crítica positiva. Penso que o posso fazer como pastor e pregador do evangelho, embora consciente de minha pequenez, de minhas limitações e de minha disposição em SERVIR ao SENHOR.

Outra coisa estranha são as acrobacias ensaiadas por alguns que movimentam-se desenfreadamente, agitam os braços freneticamente, gritam excessivamente o tempo todo, saem correndo no meio da igreja e coisas do tipo. Conheço alguns que ocupam o tempo no altar contando anedotas e fazendo o povo rir, em alguns casos, inclusive, com linguajares e histórias que não caem bem no ambiente espiritual e especialmente no púlpito da Casa de DEUS! Não que o bom humor não seja bem-vindo, e gosto de ouvir pregadores alegres, mas faça-se tudo com ordem e decência. Igreja não é circo, altar não é picadeiro e pregador não é palhaço; com todo respeito aos profissionais do ramo! Fico realmente estarrecido com estes comportamentos e creio que boa parte dos meus caros leitores sinta o mesmo! Claro que há aqueles pregadores que ocupam o outro extremo: postam-se rigidamente atrás do púlpito, não movem-se um centímetro sequer e discursam como se estivessem engessados, numa falsa ética e numa postura forçada, que foge ao natural e claramente o público percebe que aquela não é a real personalidade do pregador. Penso que o pregador deve agir naturalmente, óbvio que com aquela reverência necessária e característica ao púlpito, ao altar, à igreja, mas nunca mecânica ou roboticamente. Nem tampouco sem saudáveis limites que são inerentes ao bom senso.

Definitivamente, precisamos rever os conceitos. Especialmente os novos pregadores devem cuidar-se para não caírem nesses modismos e nessas esquisitices do nosso tempo. A igreja é lugar santo, o púlpito é sagrado e o altar dispensa comentários! Mais espiritualidade e menos espetáculos, mais GRAÇA e menos gracejos, mais unção e menos frases e gestos de efeitos forjados. O povo precisa ouvir a mensagem genuína do evangelho, ministrada por pregadores autênticos e comprometidos única e exclusivamente em fazer aparecer JESUS ao invés deles! O centro da mensagem é sempre CRISTO e nunca o pregador; a personalidade do culto é o SALVADOR e não o mensageiro e a pregação é um grito revelador em direção aos pecadores e não um espetáculo para promover o pregador. A igreja é uma comunidade de salvos adoradores, e não um circo de expectadores desejosos de espetáculos centrados no homem! Definitivamente, não confundamos ALTAR com PICADEIRO!

Pr. Jesiel Freitas
Ministério Palavra no Altar

domingo, 31 de agosto de 2014

Sorvete de boldo, carqueja e fel ou de chocolate com leite condensado?

Por Silmar Coelho

Temos um problema grave: desejamos aquilo que nos dá prazer imediato. Pensamos que sabemos o que é bom para nós, mas, na maioria absoluta das vezes, não sabemos o que é verdadeiramente bom para nós. Pior ainda, Não gostamos do que é realmente bom. 

Existe um sorvete espiritual com gosto de boldo, carqueja e fel, que é verdadeiramente bom para nós. Essa mistura tem todas as vitaminas que nos fortalecerá para nos transformar em vencedores.

Todavia, preferimos um sorvete barato que seja bem doce e só nos faça ficar gordos, cheios de cárie e diabéticos. Até afirmamos que queremos o sorvete espiritual amargo, o problema é que nunca nos dispomos a comê-lo.

Por que agimos assim? Porque fomos criados para a felicidade, para desfrutar daquilo que nos dá maior prazer possível o mais rapidamente possível.

Temos a nossa própria ideia do que nos dá maior prazer, por isso vivemos à procura desse sonhado prazer que nos fará plenamente felizes. Não entendemos que esse enorme e inextinguível prazer não nos vem pela coisas fáceis. Coisas fáceis produzem prazer, mas não vencedores!

O prazer que não acaba só é possível, de fato, por meio de um relacionamento íntimo com Deus. Que o Senhor nos ajude em nossa escolha!

Fonte: Renovação da fé, ano 15, nº 60, páginas 30 e 31, julho a setembro de 2014 (Igreja Metodista Renovada).

sábado, 21 de junho de 2014

O PERDÃO

O perdão é um princípio fundamental para a vida cristã; uma das coisas que mantém muitos em cativeiro hoje é a falta de perdão. Falar de perdão é falar de experiência individual. Não dá para falar de Perdão sem se lembrar de experiências vividas no passado. 

Lembro de minha infância amarga e triste em que vivi com minha família em uma favela em Duque de Caxias – RJ. 

Como se fosse hoje, recordo com muita emoção em meu coração, meus pais separados e o choro a cada noite de minha mãe com três filhos para criar. Foram momentos únicos que não se apagam da memória de uma hora para outra, ou por ter se convertido ao evangelho do amor. 

A maioria está muito bem com o princípio do perdão, mas nunca realmente executam o seu pleno significado em sua vida, a falta de perdão é uma escravidão destrutiva, causando contendas, divisão, opressão, doenças diversas e divórcios.

Isso tudo vi se revelar em minha mãe, uma mulher forte, porém sem proteção de um “homem” (seu marido) para vencer as dificuldades que estava sendo proposta, afinal ter três filhos para criar não era uma tarefa tão fácil..., de dia, gritava, lutava, conquistava de noite amargurada de coração chorava e praguejava um homem que idealizou como seu príncipe, meu pai! Triste depois de algum tempo, depois de “você não ter culpa em estar no mundo” e sofrer com espancamentos e fomes sem ter um colo para te aquecer ...ter que catar comida, e vender balas no transito, para poder comer, condenada a viver a mesma história que muitos viviam e vivem..., abandono .. sim essa é a palavra! Mas essa se repetirá enquanto não recebemos ajuda divina ou até de outras pessoas, necessário do ponto de vista dos outros a fim de verdadeiramente compreender a nós mesmos. Podemos então optar por uma vida nova e diferente, quando olhamos para isto tudo, e lembramos que ainda há esperança... sim esperança essa que se concretizou quando ele voltou, sim meu pai o príncipe de minha mãe voltou..., foi oração não sei não lembro, mas sei de uma coisa, o Deus que eu desconhecia estava lá comigo a cada choro e a cada sofrimento que tive que viver. Agora você que está lendo pode me perguntar: o que isso que foi relatado tem haver com perdão? Triste né? Vou te falar...meu coração se fechou...não via meu pai mais como o super-herói que tinha idealizado, quando ele chegava com doces para eu repartir com meus irmãos, só me lembrava que na ausência dele passei fome, tive que ver minha mãe descontar nas minhas costas toda a raiva que ela tinha dele...e por causa da falta de proteção dele, meu pai, meu protetor terreno, que sofri violências...violências que carrego as marcas pelo meu corpo até o dia de hoje. Mas uma coisa aprendi, que quem não aprende com passado vive preso a ele. 

Jesus sabia que as pessoas jamais poderiam entender completamente a vida, assim era eu... usando apenas o intelecto ou definindo meu momento. Ele não disse “vou ensinar a vocês o que é verdade” Ele apenas disse: "Eu sou a verdade” Ele sabia muito bem que a mais elevada forma de conhecimento decorre de relacionamentos em que existe e exige confiança mútua, e não de grandes quantidades de informações, e a informação que tinha naquele momento era que eu estava abandonada juntamente com minha mãe e irmãos, mas depois de alguns anos entendi um princípio espiritual: "A verdade mais profunda é aprendida através de nossos relacionamentos". Meu relacionamento com Deus foi a fonte de limpou meu coração, Ele me ensinou o que é: "misericórdia quero e não sacrifícios..." lição de que não devemos determinar nossos próprios passos, mas sim, nos deixar levar pelo ritmo do Senhor – devemos nos determinar pela sua maneira de andar. O andar de Deus se cumpre num caminho bem definido. Jesus seguiu por esse caminho de sofrimentos, isso tudo foi por mim, foi por você, difícil entender esse PERDÃO que não tem explicação ou conceito, Fomos perdoados de uma dívida que nunca poderíamos pagar, qualquer dívida para nós é minúscula em comparação ao que recebemos, fomos regenerados, justificados, santificados por Ele! Me sinto resgata para uma nova vida, nova história, novas emoções. Essa vida com Deus nunca será construída em um dia. Ela começa com a consulta habitual com o Pai, hora após hora, como fez Moisés no Egito. Mas progride para períodos maiores e mais freqüentes de comunhão, encontrando consumação e satisfação em dias e noites de intercessão, e espera, e relacionamento santo. Tenho construído relacionamento profundos com meu pai, pois o mesmo hoje é acometido de doenças... castigo de Deus? Não sei...e nem desejo saber! Mas de uma coisa sei muito bem, como eu amo o meu pai, que Deus me deu, quando pude dizer essa frase e materializar ela no meu interior vi diante de mim, o verdadeiro significado do perdão, levou me a entender que o conhecimento da verdade nos leva a um amor não fingido. Glória a Deus nas alturas, pois hoje posso dizer, sinto o o efeito do perdão dado a mais de dois mil anos atrás e vivo o perdão de perto em meus relacionamentos.

Seguindo...

"Esquecendo-me das coisas que para trás ficam avanço para que estão diante de mim...." Fp 3.13

Mais o que é perdão?

Definição de Perdão: Conceder indulto gratuito ou remissão de qualquer ofensa ou dívida; desistir de toda reivindicação. A palavra grega traduzida como “perdoar” significa literalmente cancelar ou remir. Significa a liberação ou cancelamento de uma obrigação.

Depois de passados alguns anos aprendemos que o perdão é uma ordem não uma sugestão dada numa reunião com irmãos. Mateus 6:14-15, é fato depois que o Senhor ensinou Seus discípulos a orar. O perdão é um ato volitivo. Não um sentimento, mas uma decisão. É contínuo (passado, presente e futuro). É do espírito – e não a carne, não a alma. - Você deve ser capaz de ver o seu agressor como um espírito vivo, não um inimigo, não como um desafio no caminho da vida, não como um obstáculo no seu caminho para o paraíso. A conciliação é sempre a resposta. Não podemos permitir quaisquer áreas de falta de perdão em nossa vida. Devemos manter nossa consciência limpa e manter-nos em comunhão. A falta de perdão é um pecado que bloqueia a prosperidade, nos deixa amargos e os nossos corações endurecidos.

“Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” Hebreus 12:15

Conclusão: O perdão é a chave para liberdade.

"Porque te esquecerás do cansaço, e lembrar-te-ás dele como das águas que já passaram." Jó 11:16

Juliane Leandro - Colaboradora
Formada em Teologia
Professora, pregadora e palestrante
Congrega na Assembleia de Deus

Bairro Amazonas - Campo Grande-RJ

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O pecado da simonia Uma versão protestante

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Simonia – a palavra pode ser nova para muitos leitores, mas a prática é bastante antiga no âmbito do cristianismo. Na Idade Média, surgiu uma série de distorções na vida do clero e na administração eclesiástica. Três erros se destacaram por serem considerados especialmente danosos. O primeiro foi o “nicolaísmo”, termo derivado incorretamente de Apocalipse 2.15, o fato de que muitos clérigos viviam em concubinato, violando assim os seus votos solenes de castidade e celibato. A segunda prática condenada foram as chamadas “investiduras leigas”, isto é, a interferência de governantes civis (reis e imperadores) na nomeação e posse de altos líderes eclesiásticos, como abades e bispos. O terceiro mal na vida da igreja, esse certamente deletério sob todos os pontos de vista, foi a “simonia”.
Esse comportamento derivou o seu nome de Simão, o mágico, um personagem bíblico que tentou comprar dos apóstolos Pedro e João o poder de conceder o Espírito Santo àqueles sobre os quais ele impusesse as mãos (At 8.18-24). Assim, a simonia veio a se referir à concessão ou obtenção de qualquer coisa espiritual ou sagrada mediante remuneração, fosse ela monetária ou de outra espécie. Em outras palavras, era a compra e venda de coisas religiosas. Cometia esse pecado quem oferecia e quem recebia pagamento em troca de um bem espiritual ou eclesiástico. Na Idade Média, referia-se principalmente ao comércio de cargos da igreja. Um papa que se notabilizou por sua luta incessante contra esses males foi Hildebrando, ou Gregório VII (1073–1085), que adotou como lema de seu pontificado as contundentes palavras de Jeremias 48.10: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!”.
Curiosamente, em certo sentido a Reforma Protestante surgiu como consequência de dois casos de simonia. Um deles foi a compra do arcebispado de Mainz, ou Mogúncia, na Alemanha, pela poderosa família Hohenzollern, mediante uma negociação questionável com o papa Leão X envolvendo altas somas de dinheiro. O segundo caso ocorreu quando o novo arcebispo (e futuro cardeal) Alberto de Brandenburgo promoveu uma venda especial de indulgências, cujos rendimentos foram utilizados em parte para saldar a dívida da compra do arcebispado, sendo a outra parte entregue ao papa para financiar a construção da catedral de São Pedro, em Roma. A reação de Martinho Lutero contra esse comércio do perdão, mediante suas Noventa e Cinco Teses, foi o estopim da Reforma.
Durante séculos, o ministério protestante foi caracterizado por elevados padrões éticos, especialmente na sensível área das finanças. Seguindo o exemplo de Cristo e seus apóstolos (At 20.33s; 2Co 11.7), a maior parte dos pastores e líderes procuravam realizar o seu trabalho como uma expressão de serviço desinteressado a Deus e às pessoas, isento de ambições materiais. Mesmo indivíduos de grande projeção, como avivalistas e evangelistas de massa (Wesley, Whitefield, Spurgeon, Billy Graham e outros), jamais usaram de seu grande carisma e influência para auferir vantagens pecuniárias e aumentar o seu patrimônio. Tal comportamento sóbrio e consciencioso ocorreu em todos os ramos do protestantismo, tanto os tradicionais ou históricos como, mais tarde, os pentecostais clássicos.
Esse honroso legado sofreu um abalo lamentável e constrangedor no Brasil, a partir da década de 1970, com o surgimento do chamado neopentecostalismo. Firmados numa teologia duvidosa, resultante de uma interpretação tendenciosa e altamente seletiva das Escrituras, os principais líderes desse movimento vêm demonstrando uma atitude em relação ao dinheiro que em nada difere do velho pecado da simonia. Servindo-se do poderoso veículo da televisão e manipulando com habilidade as carências e ambições de uma considerável parcela da população, esses pregadores têm transformado o evangelho e suas bênçãos em mercadoria e fonte de lucro (2Co 2.17; 1Tm 6.5,10).
A recepção de benefícios como a cura, a prosperidade e a felicidade é condicionada à entrega de contribuições, dando-se a entender que as bênçãos serão proporcionais à generosidade do ofertante. Fica inteiramente esquecido o ensino claro de Jesus: “[...] de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8). Em consequência disso, surgiu uma geração de pastores-empresários que estão se colocando entre os homens mais ricos do país. Dominados pela ganância condenada com tanta veemência nas Escrituras (1Ts 2.5; Tt 1.7; 1Pe 5.2), estão acumulando grandes fortunas na forma de mansões, fazendas, carros de luxo e, agora, o símbolo máximo dos novos ricos – jatinhos particulares. Eles influenciam de tal forma os seus seguidores que estes, além de não questionarem tal procedimento, acham que seus líderes merecem os privilégios que usufruem.
Não se discute que os obreiros cristãos sejam remunerados condignamente pelo seu trabalho (2Co 8.14). O que se lamenta é a mercantilização da fé, que tantos prejuízos tem trazido para a causa de Cristo ao longo dos séculos, obscurecendo a graça de Deus, o seu favor imerecido. Os modernos simoníacos não só estão manchando para sempre a sua própria reputação, mas também contribuindo para prejudicar a imagem de toda a classe ministerial e das comunidades evangélicas. Suas ações têm produzido e continuarão a produzir reações negativas da imprensa, da opinião pública e dos governantes. Eles fariam bem em considerar as palavras ditas pelos apóstolos a Simão, o mágico – e se arrependerem enquanto é tempo.
Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de A Caminhada Cristã na História e “Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil”. asdm@mackenzie.com.br

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Um pastor moderno entre os radicais

Um dos líderes da Assembleia de Deus, a maior e uma das mais conservadoras igrejas evangélicas do Brasil, Samuel Ferreira rompe tradições, libera costumes e atrai fiéis para o seu templo

Rodrigo Cardoso
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O evangélico desavisado que entrar no número 560 da ave­nida Celso Garcia, no bairro paulistano do Brás, poderá achar que não está entrando em um culto da Assembleia de Deus. Maior denominação pentecostal do País – estima-se que tenha 15 milhões de adeptos, cerca de metade dos protestantes brasileiros –, historicamente ela foi caracterizada pela postura austera, pelo comedimento na conduta e, principalmente, pelas vestimentas discretas de seus membros. Por conta dessa última particularidade, tornou-se folclórica por forçar seus fiéis a celebrarem sempre, no caso dos homens, de terno e gravata e, entre elas, de saia comprida, camisa fechada até o punho e cabelos longos que deveriam passar longe de tesouras e tinturas. Era a igreja do “não pode”. Não podia, só para citar algumas interdições extratemplo, ver tevê, praticar esporte e cultuar ritmos musicais brasileiros. A justificativa era ao mesmo tempo simples e definitiva: eram coisas do capeta.

No templo do Brás, porém, às 19h30 do domingo 15, um grupo de cerca de vinte fiéis fazia coreografias, ao lado do púlpito, ao som de uma batida funkeada. Seus componentes – mulheres maquiadas e com cabelos curtos tingidos, calça jeans justa e joias combinando com o salto alto; homens usando camiseta e exibindo corte de cabelo black power – outrora sofreriam sanções, como uma expulsão, por conta de tais “ousadias”. Mas ali eram ovacionados por uma plateia formada por gente vestida de forma parecida, bem informal. Palmas, também proibidas nas celebrações tradicionais, eram requisitadas pelo pastor Samuel de Castro Ferreira, líder do templo e um dos responsáveis por essa mudança de mentalidade na estrutura da Assembleia de Deus, denominação nascida em Belém, no Pará, que irá festejar seu centenário no mês que vem. “Muitos chamam de revolução, mas o que eu faço é uma pregação de um evangelho puro, sem acessórios pesados”, afirma ele, 43 anos, casado há vinte com a pastora Keila, 39, e pai de Manoel, 18, e Marinna, 14. “A maior igreja evangélica do País está vivendo um redescobrimento.”
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NOVOS TEMPOS
Com roupas de grife, Ferreira lê a Bíblia
e consulta o iPad no mesmo culto
 Sentado em uma cadeira logo ao lado do coral, Ferreira, que assistiu à televisão pela primeira vez na casa do vizinho, aos 7 anos, escondido do pai, Manoel Ferreira, pastor assembleiano, desliza o dedo indicador em um iPad segunda geração enquanto o culto se desenrola. Acessa a sua recém criada página no Twitter por meio da qual, em apenas um mês, amealhou mais de 110 mil seguidores. Quando se levanta para pregar a palavra, deixa visível o corte alinhado de seu terno e a gravata que combina com o conjunto social. Não que o pastor se furte em pregar de jeans, tênis e camisa esporte – tem predileção por peças da Hugo Boss –, como faz em encontros de jovens. “Samuel representa a Assembleia de Deus moderna, com cara de (Igreja) Renascer (em Cristo)”, opina o doutorando em ciências da religião Gedeon Alencar, autor de “Assembleias de Deus – Origem, Implantação e Militância” (1911-1946), editora Arte Editorial. “Os mais antigos, porém, acham o estilo dele abominável.”

Natural de Garça, interior de São Paulo, formado em direito e com uma faculdade de psicologia incompleta, Ferreira é vice-presidente da Convenção de Madureira, que é comandada por seu pai há 25 anos e da qual fazem parte 25 mil templos no Brasil, entre eles o do Brás. Os assembleianos não são uma comunidade unificada em torno de um líder. Há, ainda, os que seguem a Convenção Geral, considerada o conglomerado mais poderoso, e o grupo formado por igrejas autônomas. Ferreira assumiu o templo da região central da capital paulista há cinco anos e passou a romper com as tradições. Ao mesmo tempo, encarou uma cirurgia de redução de estômago para perder parte dos 144 quilos. “Usar calça comprida é um pecado absurdo que recaía sobre as irmãs. Não agride a Deus, então liberei”, diz o pastor, 81 quilos, que até hoje não sabe nadar e andar de bicicleta porque, em nome da crença religiosa, foi proibido de praticar na infância e na adolescência. 

Sua Assembleia do “pode” tem agradado aos fiéis. “Meu pai não permitia que eu pintasse as unhas, raspasse os pelos ou cortasse o cabelo”, conta a dona de casa Jussara da Silva, 49 anos. “Furei as orelhas só depois dos 40 anos. Faz pouco tempo, também, que faço luzes”, afirma Raquel Monteiro Pedro, 47 anos, gerente administrativa. Devidamente maquiadas, as duas desfilavam seus cabelos curtos e tingidos adornados por joias pelo salão do Brás, cuja arquitetura, mais parecida com a de um anfiteatro, também se distingue das igrejas mais conservadoras.
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ALÍVIO
Os fiéis João Gilberto e Raquel: liberdade para cuidar da 
aparência sem sofrer sanções da igreja
 A relativização dos costumes da Assembleia de Deus se dá em uma época em que não é mais possível dizer aos fiéis que Deus não quer que eles tenham vaidade. A denominação trabalha para atender a novas demandas da burguesia assembleiana, que, se não faz parte da classe média, está muito perto dela, é urbana e frequenta universidades. É esse filão que está sendo disputado. Uma outra igreja paulista já promoveu show no Playcenter. No Rio de Janeiro, uma Assembleia de Deus organiza o que chama de Festa Jesuína, em alusão à Festa Junina. Segundo o estudioso Alencar, as antigas proibições davam sentido ao substrato de pobreza do qual faziam parte a grande maioria dos membros da Assembleia de Deus. “Era confortável para o fiel que não tinha condição de comprar uma televisão dizer que ela é coisa do diabo. Assim, ele vai satanizando o que não tem acesso.”

Importante figura no mundo assembleiano, o pastor José Wellington Bezerra da Costa, 76 anos, presidente da Convenção Geral, não é adepto da corrente liberal. “Samuel é um menino bom, inteligente, mas é liberal na questão dos costumes e descambou a abrir a porta do comportamento”, afirma. Ferreira, por outro lado, se diz conservador, principalmente na questão dos dogmas. Em suas celebrações, há o momento do dízimo, do louvor, da adoração e um coral clássico. Ao mesmo tempo, é o torcedor do Corinthians que tuita pelo celular até de madrugada – dia desses, postou que saboreava um sorvete às 4h30 –, viaja de avião particular e não abre mão de roupas de grife. Um legítimo pastor do século XXI. 
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sábado, 29 de março de 2014

PRÍNCIPE ENCANTADO? SÓ EM CONTOS DE FADAS!

Nos últimos anos temos visto o surgimento de ministérios dedicados a promover entre os jovens a valorização da pureza sexual e da espera em santidade pelo casamento. Não se pode negar que esses ministérios têm alcançado bons frutos. Em meio a tantos jovens que vivem mergulhados na lama da impureza e imoralidade, ministérios que tratem desses assuntos são de especial importância. Contudo, podemos perceber que o discurso desses ministérios, ao mesmo tempo que carrega méritos, também induz alguns jovens a uma expectativa irreal, uma espera por algo que simplesmente não existe. Com suas abordagens sobre “príncipes e princesas”, produzem uma visão excessivamente romântica da vida, própria dos contos de fadas, que é falsa e nunca se realizará. Exemplo disso está na frase abaixo, que foi publicada no Facebook por um desses ministérios:

“A pessoa de Deus para sua vida arranca sorrisos, e não lágrimas”.
A frase acima promove uma expectativa falsa, ilusória, pois simplesmente não existe a pessoa que só nos faça rir, posto que sempre estaremos lidando com pessoas pecadoras, tal como nós mesmos somos. As pessoas que amamos nos fazem chorar, da mesma forma que elas choram por nossa causa. Somos pecadores.

Princesa-e-principe
 
Quando alguém decide se casar, está casando com um ser humano, portanto, com um pecador. Ainda que seja um discípulo de Jesus, comprometido de todo coração em acertar, ainda assim é um pecador, falho, imperfeito. Portanto, muitas vezes o casamento não será um espaço de alegrias, mas um exercício de perdão. Paulo já nos disse que o amor é sofredor. Ele tudo sofre (I Co. 13:7).


Aquilo que só nos faz rir não é amor, mas é a paixão, cega, burra e ilusória.
Se Jesus nos diz que devemos perdoar nossos irmãos 70 vezes 7, certamente isso se aplica aos cônjuges. Antes de serem marido e mulher, os cônjuges são irmãos em Cristo, co-herdeiros da mesma graça de vida (I Pe. 3:7), e por isso o casamento é um vínculo em que se deve viver integralmente mandamentos como:

“Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” (Ef. 4:32).

“Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Cl. 3:13).

Se precisamos ter um coração perdoador, é porque sofreremos danos a serem perdoados.

Além disso, precisamos lembrar que o casamento cristão tem por propósito ser uma expressão da relação entre Cristo e a Igreja. Por isso, o casamento também deve ser visto também como algo que Deus usa para nos fazer mais parecidos com Jesus, para moldar o nosso caráter. Um cônjuge que compreende esse propósito, não se fará cúmplice dos erros da outra parte. Não será como Safira, que foi cúmplice da mentira de Ananias. Muito pelo contrário, terá um coração disposto a, em amor, confrontar o pecado. E quando somos confrontados, muitas vezes choramos. Às vezes choramos por estarmos endurecidos e resistirmos ao confronto. Porém, por sermos discípulos de Jesus, nos quebrantamos, e o nosso choro será de arrependimento.

Ora, se nem mesmo Deus, que é puro amor, nos trata apenas nos fazendo rir, porque podemos esperar que o cônjuge faça isso?Portanto, ao entrar no casamento, tenha clareza que você está descendo a uma das oficinas do Oleiro, onde Ele molda o barro. Nem sempre haverá risos. Haverá muitas lágrimas. Mas siga confiando que Deus está moldando a sua vida, para transformar o seu caráter e te fazer mais parecido com Jesus.

Fonte: Anderson Paz http://pensandoavida.com/blog/

sábado, 15 de março de 2014

Fé e obras - vale a pena se arriscar

Por Luiz Felipe F. Alvarenga

Você se arriscaria pelos seus irmãos e pela Palavra de Deus?

“Saudai a Prisca e Áquila, meus cooperadores em Jesus Cristo, os quais expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios (Romanos 16:3-4)”. 

A saber, em algumas versões os judeus são chamados de Priscila e Áquila (Águia) conforme está escrito em Atos 18:2-4, 18 e 26-28 – Companheiros de Paulo em tempos de crise.

Começo com a pergunta: quem se habilita a ajudar? Atualmente, quando o EXCLUSIVISMO e o EGOCENTRISMO imperam na sociedade, quem se arriscaria por um irmão em tempos de crise?

Acerca de vinte anos atrás fazia preleção em todo o Brasil, nos eventos da Adhonep (publicado na Revista A Voz e no Jornal Mensageiro da Paz – CPAD), contando o meu testemunho de que fui sequestrado em 12 de junho de 1991 e que depois do episódio visitei diversos presídios em todo o país e conheci inúmeros delinquentes resgatados por Jesus Cristo. Eu me arriscava entrando nas celas, participava por horas no “banho de sol no pátio das prisões” e ganhando almas para Jesus Cristo.

Eu tenho fotos daquela época e em breve publicarei o testemunho completo. Estará publicado no FACEBOOK http://www.facebook.com/lffalvarenga e no meu BLOG http://luizfelipealvarenga.blogspot.com.br/

Na época minha família e amigos me criticavam, pois como um empresário poderia se expor aos sequestradores na cadeia, evangelizando-os? Era muito arriscado, diziam eles num misto de perplexidade e preocupação. Alguns afirmavam que era um risco desnecessário em favor da escória da sociedade, o que não concordava e continuo divergindo daqueles que pensam assim. 

 Sou contra estes inábeis porque Jesus Cristo me ensinou o contrário: “Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso (Lucas 23:42-43)”.

Não me arrependo de nenhuma visita, pois aprendi uma grande lição, que jamais esquecerei! Vou contar-lhes agora sobre um grande homem de Deus que me acolheu na sua casa numa cidade do interior de Minas Gerais. O testemunho dele também corroborava fielmente para a expressão de Paulo: “... os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças”.

Nunca ouvi nada semelhante e até agora me emociono com o relato, e hoje rendo a este amigo e pastor a minha homenagem. O amigo não era evangélico, era líder da sua religião na sua cidade e era um próspero fazendeiro, quando as circunstâncias alheias a sua vontade impôs-lhe um grande desafio: o seu único filho até então, se tornou homossexual, fez implantes e fazia programas numa cidade vizinha, envergonhando toda a sua família e amigos mais próximos.

Imagine irmão, há trinta anos quando as situações eram extremamente mais difíceis de serem compreendidas. Aquele homem urrava chorando pelos cantos, e num dia de total desespero colocou uma toalha na boca e a mordeu para que as pessoas não ouvissem seus gritos de dor e saudade! Era o seu único filho, muito amado, homossexual, fazendo programa em cidades vizinhas, na rua, nômade, longe da família, entregue a todo tipo de riscos!

O amigo procurou a sua liderança que nada fez, e num dia aceitou o convite de visitar uma igreja evangélica. Entrou, gostou, ficou e se converteu a Jesus Cristo e foi batizado, contra a vontade de sua família e amigos. Alguns o ironizavam: ele é crente e o filho homossexual! Mas ele cada vez mais amava o seu filho, que cada dia mais “se tornava” mulher, participando inclusive de concursos e desfiles! Mas o amor de pai era maior, e ele cresceu na fé, e se tornou diácono, e as piadas aumentaram, e anos depois ele foi consagrado como pastor evangélico na sua própria igreja onde anos atrás entrou estarrecido e choroso.

As piadas aumentaram e um dia o Senhor falou ao meu querido pastor e inesquecível amigo: eu quero a sua melhor fazenda, que está numa estrada federal, para que todos vejam que você irá abrir uma casa de recuperação para drogados e também irá receber muitos homossexuais que precisarão de você!

Ele pasmou e disse ao Senhor: Como meu Deus, se a cidade e toda a minha região sabem do meu filho que continua pecando? Amo o meu filho, mas não concordo com seu pecado, pois a Bíblia nos ensina assim e o que dirão de mim? Serei motivo de questionamentos, pois não consegui criar o meu filho na Igreja e terei que cuidar de outros que não são meus filhos?

Ele chorou, urrou, buscou ao Senhor a confirmação até que comunicou a família e a sua igreja, que estava doando a fazenda para a denominação para que todos construíssem um centro de tratamento para drogados, que também cuidariam de muitos homossexuais que viriam, segundo a promessa de Deus. A perplexidade foi geral! Alguns tentaram demovê-lo dizendo: pastor, vão zombar do senhor! É muito arriscado, como iremos ajudar os outros se o senhor também precisa dessa vitória, da libertação do pecado do seu filho amado!

Ele não perdeu tempo, doou a fazenda e logo as obras foram feitas e profissionais foram contratados para a inauguração do centro de recuperação, e as pessoas começaram a chegar de todas as cidades conforme Deus o havia prometido, todavia o seu filho se afundava no pecado! Mas o homem de Deus por anos trabalhou para os outros, mesmo com o seu coração saudoso do seu filho amado!

Um dia, para surpresa geral, seu filho apareceu em casa, depois de uma longa temporada longe, quando o pastor se preparava para culto com sua esposa e sua filhinha caçula que ao longo desses anos havia nascido. Seu filho totalmente travestido, perguntou ao seu pai se poderia dormir em casa naquela noite, o que o pai, o meu amado e inesquecível pastor, respondeu: o seu quarto está pronto, seu vestuário está todo limpo e passado, seus calçados limpos e todos os seus pertences organizados como você sempre gostou!

O filho entrou, e perguntou ao seu pai: posso ouvir músicas no seu novo aparelho “três em um – rádio/fita cassete/LP”? Claro meu filho, fique à vontade! Fique com Deus, pois estamos indo para a igreja, e logo voltaremos!

O pastor foi cumprir a sua missão baseado na Palavra que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Coríntios 13.7). Ao chegar à igreja contou ao povo e o culto transcorria em meio aos louvores. Em casa o seu filho teve a curiosidade de ouvir “uma fita k7” da pastora Valnice Milhomes e uma frase, uma única frase, respondeu as suas indagações e preencheu o seu vazio coração. Abriu o armário e as roupas já não lhe cabiam mais, devido aos longos anos de ausência, correu para o quarto do pai e pegou sapatos, calça e camisa. Foi às pressas, meio desajeitado para igreja do seu pai.

O pastor se preparava para pregar: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece (Filipenses 4:13)”. Segundo a igreja me relatou, o meu inesquecível pastor ficou dizendo, aos prantos, dezenas de vezes “Eu posso” enquanto contemplava seu filho sentado no último banco ouvido suas palavras, e os irmãos sem nada entender, até que todos viraram para trás e os amados contemplaram o milagre: o filho voltou, com as roupas do pai, para o aprisco! O filho se entregou a Jesus Cristo, e a emoção foi generalizada! O filho firmou na Igreja e se casou, têm dois filhos e hoje dirige a Casa de recuperação para drogados aonde muitos homossexuais vieram por causa desta história de amor!

Queridos esta história real, não é uma história homofóbica, nem preconceituosa, é uma história de amor de um pai, que esperou uma década pela volta do seu filho amado! Você entende agora a essência deste versículo: “Saudai a Prisca e Áquila, meus cooperadores em Jesus Cristo, os quais expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas do gentios (Romanos 16:3-4)”? Você arriscaria a sua reputação e o seu patrimônio (uma linda fazenda) para recuperar pessoas que não têm nenhum vínculo contigo?

Tive a oportunidade de conhecer esta Casa e pregar nesta Igreja onde toda esta maravilhosa história se transcorreu. O pastor teve um casal de filhos, e o filho também teve um casal de filhos! O pastor teve a dupla honra!

Você gosta de ajudar a quem precisa, ou prefere ficar na zona de conforto?

Você se exporia por amor as almas e a Palavra de Deus? Colocaria “a sua cabeça a prêmio”, ou o seu pudor é maior? O politicamente correto “fala mais alto” do que as suas convicções e conhecimentos cristãos? 

Você se arriscaria como Raabe para salvar a sua família (Josué 2:12-16) quando ele protegeu e salvou dos dois espias (Josué 2:1-24 e Josué 6:25)? Raabe se arriscou e foi salva, entrando assim para a história judaica na genealogia de Jesus Cristo (Mateus 1:5). Valeu a pena salvar uma geração e entrar para a história de todas as gerações! O risco foi altamente recompensado por Deus!

Você se exporia para viver este versículo: “um irmão ajudado pelo irmão é como uma cidade fortificada; é forte como os ferrolhos dum castelo (Provérbios 18:19)”? 

Você conhece esta verdade bíblica: “O que despreza ao seu vizinho peca; mas feliz é aquele que se compadece dos pobres (Provérbios 14:21)”?

Querido não julgue, não despreze as minorias e as diferenças, saia do seu pedestal, respeite as pessoas, saia da sua autossuficiênciA. Nnão odeie, pelo contrário ame as pessoas, arrisque-se a fazer a VONTADE DE DEUS: “O ódio excita contendas; mas o AMOR COBRE TODAS AS TRANGRESSÕES (Provérbios 10:12)”. 

Sejam como Prisca e Áquila, cooperadores de Jesus Cristo, você pode contemplar a olhos nus, nesta geração, outros “Saulos” se transformarem em “Paulos”!

Jesus Cristo seja glorificado em nossas vidas! Amém! Deus te abençoe! 

Fonte: UBE Blogs e Álbum publicado no Facebook

autor edita o blog Vida em Cristo e é membro da comunidade União de Blogueiros Evangélicos.

sábado, 8 de março de 2014

DIA INTERNACIONAL DA MULHER- 8 DE MARÇO





Mesmo brava, é linda.
Mesmo alegre, chora.
Mesmo tímida, comemora.
Mesmo apaixonada, ignora.
Mesmo frágil, é poderosa.
Feliz Dia da Mulher!

sexta-feira, 7 de março de 2014

lembra do teu Criador nos dias da tua mocidade...



“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento.” Ec. 12.1

O que Salomão está nos ensinando através dessa passagem? Ele diz: “lembra do teu Criador nos dias da tua mocidade...” Está querendo expressar que o período da nossa vida onde temos maior disposição, energia, vigor, no qual estamos no auge da condição física, é o tempo da juventude.
O tempo da mocidade é o tempo da semeadura. É o tempo do vigor; dos muitos sonhos; da frenética impaciência em vivê-los...
Realmente, muitas são as dúvidas de um jovem cristão, porém, há uma certeza: com Jesus a vitória é certa!
Servir ao Senhor na juventude é um privilégio, e é o caminho certo para um futuro abençoado.
Você se lembra de José? José foi um jovem como nós, com dúvidas e incertezas decorrentes de sua idade, mas, ele tinha sonhos que o Senhor lhe deu, e nos quais ele acreditava. Mesmo sendo jogado em uma cisterna e vendido por seus irmãos como escravo, ele continuou sonhando os sonhos de Deus. Nem mesmo a prisão sufocou seus sonhos, ele permaneceu firme servindo ao Senhor e crendo em suas promessas.
E mesmo na prisão o Senhor era com ele e o abençoava. Mas chegou o dia da justificação de José. O Senhor cuidou de seu futuro. O colocou como governador do Egito, providenciou-lhe uma esposa e ainda resolveu a questão familiar de José, restaurou a sua relação com seus irmão e pai. Tudo o que José renunciou em nome do Senhor, foi lhe dado em dobro em bênçãos.
Nós os jovens que se lembram do Senhor na nossa mocidade, somos jovens como José. Que acreditam nos sonhos do Senhor, e mesmo em meio a uma sociedade que tenta nos corromper, permanecemos firmes, mesmo em meios as lutas e provações, cremos que os sonhos de Deus se cumprirão em nossas vidas.
Jovens que são vistos como meros sonhadores, mas, que acreditam na fidelidade de Deus. Mesmo que tentem nos enterrar juntamente com nossos sonhos em uma cisterna, e nos aprisionar tentando nos impedir de acreditar que ainda é possível ser puro, ser separado, e ser vencedor!
Ainda com dúvidas e incertezas devemos servir ao Senhor, porque o futuro que Ele nos preparou é maravilhoso, devemos apenas buscar a sua vontade e o mais Ele acrescentará, como fez na vida de José e também fará em nossas vidas.
"Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam."1 Coríntios 2.9

*Sonhe seus sonhos mesmo que ninguém os valorize. Lembre de José do Egito.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

DEUS É CONTÍGO




Talvez você já foi uma pessoa cheia de fé; dava força para todos. Era conhecida como uma pessoa alegre pois sempre estava de bem com a vida.

Mais o tempo foi passando e seu olhar mudou, seu sorriso se fechou. Você se decepcionou com o mundo, com as pessoas ao se redor, com DEUS por não ter te respondido; e até com você mesma por não ter conseguido vencer os problemas.

O que tenho pra te dizer é que não importa o que passou. Independente do estado emocional que está DEUS continua trabalhando para sua felicidade.

DEUS luta dia e noite por você mesmo que não veja. No silêncio Ele prepara tudo, pois quanto maior as lutas mais glorificado é seu grande nome.

Continue confiando mesmo que pareça impossível de se realizar, você serve o DEUS do impossível e Ele nunca te abandonará.

DEUS é contigo!